Alguns fãs do faraó dos bitcoins, Glaidson Acácio dos Santos, resolveram invadir uma audiência na última terça-feira (19), adiando o julgamento de seu habeas corpus. A sessão era conduzida pelo Tribunal Federal de Justiça da 2.ª Região (TRF2).
Como tem sido comum no judiciário brasileiro, para dar celeridade a casos, plataformas digitais estão sendo utilizadas pelos magistrados, como o Zoom, por exemplo.
Dessa forma, os julgamentos podem ser acompanhados pelos réus e pelo público em geral. No caso do TRF2, o link de acesso aos casos é compartilhado com um dia de antecedência e os participantes participam apenas como ouvintes.
Para não atrapalhar o julgamento dos casos, todos os participantes são orientados a não enviar mensagens no chat e nem ficar com câmeras abertas, mas não foi bem isso que ocorreu na última terça.
Fãs do Faraó dos Bitcoins invadem audiência e causam adiamento em julgamento de seu habeas corpus
Preso há quase um ano pela Polícia Federal, Glaidson é alvo de uma investigação das autoridades federais desde então. Em vários pedidos de liberdade, ele nunca teve atendidos suas requisições, visto que o caso aponta para um possível crime contra a economia popular no Brasil.
A cargo do julgamento, o TRF2 então analisaria mais um pedido de liberdade do chamado faraó dos bitcoins na última terça. Fãs do possível esquema e apoiadores então obtiveram acesso ao link da sessão, invadindo a audiência do tribunal que tem sua sede no Rio de Janeiro.
Com várias mensagens no chat, a sala foi totalmente preenchida com 500 acessos simultâneos, pedindo a liberdade de Glaidson, mostrando apoio ao investigado e até declarando confiança que a “justiça faria o certo”, segundo informações do O Globo.
Câmeras dos fãs ficaram abertas e tumultuaram o julgamento dessa e de outras ações, causando indignação dos magistrados pela situação inusitada.
Em dado momento, o desembargador federal Flávio Lucas, presidente da Turma, pediu colaboração da plateia. Como não foi escutado, ele solicitou a remoção dos baderneiros da sessão.
O próprio presidente do TRF2 acabou sendo excluído pela equipe técnica e tumultuou ainda mais a situação. Como um novo link teve de ser gerado para continuar a transmissão da audiência, o julgamento que analisava a liberdade do faraó foi adiado para a próxima semana.
Imagens serão enviadas para o Ministério Público Federal
Após a situação em que até o juiz do TRF2 foi expulso da sala pela equipe do tribunal, em uma tentativa de conter a invasão dos fãs do Faraó dos Bitcoins, o presidente determinou o envio das imagens para o MPF.
Assim, o caso será investigado pela procuradoria, em uma interrupção que marca mais um episódio de protestos de clientes no TRF2. Em 2021, muitos deles foram presencialmente acompanhar a votação de um habeas corpus e chegaram a comemorar a liberdade de Glaidson, que era falsa.
Acusado de vários golpes na justiça federal e com problemas na esfera criminal estadual do Rio de Janeiro, Glaidson segue preso na capital do Estado.