A FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), anunciou nesta terça-feira (14) que criou um grupo para apoiar o desenvolvimento do Real digital no Brasil. Inicialmente, 15 bancos associados ajudarão nos testes com a nova moeda.
O foco inicial do grupo é o de promover debates técnicos sobre questões de segurança, resiliência, interoperabilidade e escalabilidade da moeda digital.
Desde o início dos trabalhos do regulador com o projeto do Real digital, a Febraban vinha participando das discussões. O novo grupo, contudo, chega após o Banco Central do Brasil iniciar o piloto do Real digital, no último dia 6 de março de 2023.
Diretor da Febraban destaca que início do Real digital será para empresas
Para Leandro Vilain, diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da FEBRABAN, os primeiros casos de uso do Real digital devem se aplicar a empresas.
De qualquer forma, o mercado tende a se desenvolver e a Federação Brasileira de Bancos, com mais de 100 associados, deve ajudar a amadurecer o processo, ainda que inicialmente apenas 15 foram selecionados.
“Em um primeiro momento, o real digital provavelmente terá mais aplicabilidade para a pessoa jurídica. Não será utilizado em larga escala por pessoas físicas. O mercado ainda vai se desenvolver. O que estamos construindo é uma infraestrutura que permita a tokenização desses depósitos. E a partir daí, você abre um leque de oportunidades para outros produtos e serviços no sistema financeiro.”
O diretor explicou, em uma nota à imprensa da FEBRABAN nesta terça, que o projeto estará embasado em uma plataforma de blockchain. Com isso, permite operações mais eficientes e seguras no sistema bancário.
CBDC: Muito além do PIX
Considerado um case de sucesso pelo Banco Central do Brasil, o PIX já atingiu grandes marcos como meio de pagamento instantâneo no país.
Assim, a chegada do Real digital chegou a passar por questionamentos de sua necessidade no passado. Contudo, para Leandro Vilain, a nova CBDC brasileira chega para funcionar com transações complexas, e não para operações simples, onde PIX já supre as necessidades.
“Se você pensar em uma transferência bancária simples, o Pix já supre essa necessidade. A questão é que a tecnologia em blockchain abre um portal para outras transações mais complexas que chamamos tecnicamente de DvP, que só se concretizam mediante a entrega de um serviço – você reserva um pagamento, mas só se efetiva quando o serviço da contraparte estiver feito.”
Em evento no início de março de 2023, o diretor da FEBRABAN declarou que o setor bancário tem investido muito em novas tecnologias e pretende sempre melhorar o atendimento aos seus clientes.