Um fenômeno foi percebido nos últimos dias, envolvendo algumas corretoras de Bitcoin. O Bitcoin (BTC) é o primeiro dinheiro digital a operar sem instituições centralizadas.
De fato, com a popularização do Bitcoin, as corretoras passaram a desempenhar um papel importante no mercado de criptomoedas. Isso porque, com essas plataformas, pessoas conseguem comprar Bitcoin de maneira mais fácil do que pela internet.
É claro que não foi assim que Satoshi Nakamoto idealizou sua moeda, que foi pensada para entre pessoas. Contudo, encontrar um vendedor na internet é uma tarefa complicada, mesmo com sites apresentando os vendedores, como o Catálogo P2P, referência no Brasil.
O problema é que as corretoras têm sido utilizadas como ferramenta de compra, venda e custódia. Um especialista do Bitcoin, Andreas Antonopoulos, deixa claro que quando o Bitcoin não está em sua posse, ele não é seu.
Fenômeno nas corretoras de Bitcoin pode mostrar cautela em momento de crise
Bastou uma ameaça de crise financeira que um choque foi dado aos investidores de longo prazo do Bitcoin. Isso porque, vários tem entendido que o ambiente de corretoras de criptomoedas não é o local mais seguro para guardar seus Bitcoins.
Segundo um estudo feito pela Glassnode, empresa que produz estudos para o criptomercado, a situação tem sido interessante. De fato, desde o último dia 18 de março a taxa de saques de criptomoedas de corretoras aumentou muito.
Apesar da volatilidade, os detentores de Bitcoin parecem sacar seus fundos das corretoras. A saída tem aumentado diariamente desde 18 de março.
Este é um dado interessante que a Glassnode compartilhou, que casa com uma realidade vista em vários mercados. As bolsas tradicionais, por exemplo, tem visto venda em massa para que as pessoas saquem seu dinheiro. Ou seja, o momento é de busca por liquidez, dinheiro na mão, fato que não tem sido diferente as criptomoedas.
O fenômeno visto nas corretoras de Bitcoin, entretanto, chamou atenção por um detalhe: os saldos tem registrado a mínima de oito meses. Tal cenário indica que a busca por saques em corretoras tem sido alta, com a possibilidade de corretoras diminuírem sua liquidez.
Saques em massa podem ter relação com queda de preço do Bitcoin nos últimos dias
No mês de março, as corretoras do mundo todo se beneficiaram de um bom volume de operações. Analisando o Brasil, por exemplo, as corretoras tiveram um dos melhores meses, sendo março certamente o melhor de 2020.
Contudo, o mês também marcou uma grande queda nos preços do Bitcoin, que em apenas um dia caiu 50%. O fato pode ter contribuído para que os investidores resolvessem realizar o saque de suas moedas para suas carteiras pessoais.
Contudo, depois do dia 18 de março, a queda no preço do Bitcoin foi novamente percebida. Durante alguns dias o Bitcoin operou estável, mesmo assim, voltou a cair na última sexta (27).
A queda, segundo gráficos feitos pela Glassnode, pode ter relação com os saques em massa de corretoras. Como o fenômeno é um dos maiores dos últimos oito meses, não se sabe como ficará a situação das ofertas de negociação nas corretoras de Bitcoin.
Nos últimos dias a mineração do Bitcoin também teve uma queda na taxa de hash, a segunda maior de toda a história. A combinação desses vários fatores, podem ter feito o preço do Bitcoin operar em queda.
Apesar disso, um entusiasta do Bitcoin apontou que o ano de 2020 poderá ser de destaque para a moeda digital. Isso porque, com a invasão de dinheiro, impressa por bancos centrais para controlar a crise, o potencial para o Bitcoin é alto nos próximos meses.