Changpeng Zhao renunciou o cargo de CEO da Binance nesta terça-feira (21) após os EUA aplicarem uma multa de US$ 4,3 bilhões (R$ 21 bilhões) à sua empresa. Como parte do processo, Zhao também pagou uma fiança de US$ 175 milhões (R$ 855 milhões) para não ser preso.
Indo além, Zhao também terá que cumprir outros requerimentos para não acabar na prisão. Dentre eles está a coleta de seu DNA e endereço, a proibição do uso de remédios controlados e a realização de outros crimes. O executivo também precisará comparecer nos tribunais americanos em fevereiro de 2024.
“Entendo que posso ser libertado da custódia, aguardando novos procedimentos neste caso, nas condições de mercado abaixo”, aponta o documento assinado por Changpeng Zhao.
Na sequência, o mesmo documento aponta que Zhao estaria ciente que os EUA poderiam emitir um mandado de prisão para ele no caso de descumprimento de qualquer um dos pontos citados.
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Changpeng Zhao poderia passar 18 meses na prisão
Embora o documento acima não cite quanto tempo Changpeng Zhao poderia ficar na prisão, fontes do jornal americano The New York Times afirmam que o executivo poderia ser preso por até 18 meses.
Nesta terça-feira (21), Zhao abandonou o cargo de CEO de sua empresa. Sua saída também seria parte do acordo com o governo americano. Seu posto foi assumido por Richard Teng, já cotado para o cargo há meses.
Indo além, a Binance também concordou que os EUA monitorassem suas operações pelos próximos cinco anos. Uma das principais acusações do processo apontava para uma política fraca de anti-lavagem de dinheiro, permitindo que diversos criminosos usassem a plataforma, incluindo pessoas sancionadas pelos EUA.
Apesar do processo do Departamento de Justiça, a Binance continua com o maior volume de negociação de criptomoedas do mundo. Segundo dados do CoinMarketCap, a corretora processou US$ 14 bilhões em trades à vista nas últimas 24 horas.
Já no mercado de derivativos, o número chega a US$ 61 bilhões. Suas maiores concorrentes chegam a 1/3 desse volume no mercado futuro e 1/4 no mercado à vista.
Criptomoeda da Binance sofre, mas segue gigante
Negociada a US$ 233, a Binance Coin (BNB) é o maior indicativo da saúde da Binance e da confiança de seus clientes. Apesar da queda de 15% nas últimas 24 horas, a moeda continua acima dos valores registados nos três meses anteriores.
Um dos motivos para a BNB ter aguentado a pressão foi a continuação dos trabalhos da Binance mesmo após o processo do Departamento de Justiça americano. Em sua nota de saída, Zhao fez questão de destacar que os EUA não processaram a corretora por apropriação de fundos de seus clientes e de manipulação de mercado.
Richard Teng, novo CEO da Binance, também bateu nessa tecla para afirmar que a saúde financeira da corretora está forte. Usando uma planilha montada por seu concorrente, um diretor da Coinbase, Teng mostrou-se animado com as operações da Binance.
“Os fundamentos do nosso negócio são MUITO fortes.”
“A Binance continua a operar a maior exchange de criptomoedas do mundo em volume, nossa estrutura de capital é livre de dívidas, as despesas são modestas e, apesar das baixas taxas que cobramos de nossos usuários, temos receitas e lucros robustos”, continuou o novo CEO da Binance.
The fundamentals of our business are VERY strong.
Binance continues to operate the world's largest crypto exchange by volume, our capital structure is debt-free, expenses are modest, and, despite the low fees we charge our users, we have robust revenues and profits. https://t.co/PHq2YS0CP5
— Richard Teng (@_RichardTeng) November 22, 2023
Por fim, Teng tem a difícil missão de ocupar o lugar do fundador da Binance que já era muito famoso e influente. Sendo assim, os próximos meses poderão ser decisivos para a Binance.