O Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Gaeco, apreendeu carteiras com 500 bitcoins de um suspeito de esquema de acelerar processos na justiça.
A operação foi batizada de “Inventário” pelas autoridades e começou ainda em 2020, quando um esquema de corrupção no poder judiciário da Bahia foi descoberto pelo Ministério Público.
A operação começou após um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) sobre fraudes identificadas em processos judiciais. A investigação apura fraudes na 11.ª Vara da Família, Sucessões, Órfãos, Interditos, Ausentes, da comarca de Salvador (BA).
Vale notar que os principais suspeitos de integrar a organização criminosa são advogados, serventuários e particulares que falsificavam documentos.
Na primeira fase da operação três pessoas foram presas, suspeitas de “prática de crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, estelionato, fraude processual, uso de documento falso e alteração de dados no sistema”.
Gaeco apreende 522 bitcoins de suspeito de operar esquema no judiciário da Bahia
A segunda fase da Operação Inventário foi deflagrada nos últimos dias e voltou a prender três pessoas, além de apreender uma série de itens em posse dos investigados. Contando com apoio da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil.
Com cinco pessoas como suspeitas de operarem o esquema, celulares, cartões em nomes de terceiros, HDs de computadores, entre outros itens foram apreendidos na operação. Mas chamou a atenção para três carteiras de criptomoedas que o Gaeco apreendeu, que tinham em 522 bitcoins.
Segundo nota do MP-BA, a quantia de bitcoins tem um valor aproximado de R$ 140 milhões. O nome da pessoa que tinha essas moedas não foi divulgado.
“Na custódia de um dos investigados foram encontradas três carteiras de criptoativos, no total de 522 bitcoins, que correspondem, atualmente, a um valor aproximado de R$ 140 milhões.”
Mais um caso de corrupção na justiça da Bahia envolvendo Bitcoin
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que um esquema de corrupção na Justiça da Bahia é envolvido pelo uso do Bitcoin como tentativa de ocultar patrimônio e até lavar dinheiro.
Isso porque, um esquema de grilagem de terra feito por alguns desembargadores de tribunais da Bahia estavam sendo cometidos desde 2019. Investigado pelo Ministério Público Federal, aquela operação ficou sendo chamada de “Faroeste“.
Na ocasião, algumas das desembargadoras teriam negociado criptomoedas, joias, alta soma de dinheiro e até veículos de luxo com o dinheiro fruto do esquema de corrupção.
Outro esquema em órgãos públicos daquele estado descoberto nos últimos dias foi com o Detran-Bahia alvo de uma operação que apura o uso de criptomoedas no esquema.