A gestora brasileira KPTL, que administrava três fundos de criptomoedas, anunciou na última segunda-feira (10), o encerramento de suas ofertas no mercado, após prejuízos em 2023 e uma incerteza regulatória.
De acordo com informações publicadas pelo NeoFeed, contribuíram para a decisão a falência de bancos dos EUA, como Silicon Valley Bank, por exemplo. Além disso, o fim da FTX, em novembro de 2022, pesou na avaliação da empresa sobre o mercado.
Um dos fundos que está sendo encerrado é o Bohr Arbitrage Cripto, que em 2023 vinha registrando prejuízos e, na comparação com o S&P 500, operando abaixo do mercado.
Três fundos de investimentos de criptomoedas serão fechados após queda no interesse de investidores, diz gestora brasileira
Além do “Bohr Arbitrage Cripto”, a KPTL administra os fundos “Appia Long/Short Fund” e o “Lupa Web3 Fund”. Este último era um fundo mais voltado a aportes em DeFi, NFTs, metaverso, entre outros, setores que sofreram com a queda no interesse de investidores nos últimos meses.
Já o “Appia”, que é um fundo quantitativo, trabalhava exclusivamente com a Binance, operando apenas nesta corretora em suas transações.
Após o anúncio de que os três fundos relacionados com criptomoedas não deverão continuar, a gestora brasileira afirmou que devolverá o capital dos investidores. Em nota, a KPTL diz haver liquidez para devolver todos os valores para os clientes.
CEO da KPTL diz que falta de parceiro bancário pesou
Em uma entrevista na última segunda, Renato Ramalho, CEO da KPTL, disse que não há mais um parceiro bancário disponível para seguir com as operações dos fundos.
De acordo com ele, para seguir o regulamento do fundo, ele precisa realizar operações com derivativos. Sem um parceiro bancário, a opção se torna impossível e a falta de um banco acaba com as opções do fundo.
Ele entende que os reguladores ainda não compreendem o mercado de criptomoedas, ou seja, pressionam o setor com regras rígidas. Além disso, ele entende que a falência da FTX não ajudou em nada, visto que fragilizou o sistema financeiro.
Para o futuro, a gestora brasileira não descarta voltar ao mercado com fundos internacionais de criptomoedas. Contudo, no Brasil, dado o cenário macroeconômico, o CEO da KPTL não acredita que a empresa deverá voltar a operar no curto prazo.
Enquanto se afasta das criptomoedas, a empresa foca no mercado de CVC, e fechou recentemente um acordo com o Banco de Brasília. Assim, deve gerir um fundo de R$ 50 milhões, para investir em 8 a 12 startups. A gestora seguirá operando com outros produtos e afirma ter mais de 1 bilhão de dólares sob custódia.