País na mira de golpes de criptomoedas (Imagem por IA/Livecoins)
A Polícia Nacional do Paraguai estima que os golpes com criptomoedas no país ultrapassaram a marca de 4 bilhões de dólares entre 2023 e 2024, segundo informações divulgadas pelo comissário Diosnel Alarcón, chefe do Departamento contra o Cibercrime.
Em entrevista à rádio Monumental 1080 AM, ele explicou como as quadrilhas têm atuado principalmente por meio das redes sociais. Assim, exploram a falta de conhecimento técnico dos investidores e utilizam artifícios de novas tecnologias.
Deepfakes, falsos investimentos em plataformas digitais e manipulação de contas com ativos cripto estão entre as novas artimanhas dos criminosos.
Segundo Alarcón, os criminosos têm usado inclusive a imagem de figuras públicas e instituições, como a estatal Petropar, para promover fraudes com promessas de retornos altos e imediatos.
A prática mais comum é a de convencer a vítima a investir pequenas quantias inicialmente, recebendo de volta valores simulados como lucro. Com isso, o investidor se sente seguro e injeta quantias maiores, que logo são desviadas para carteiras digitais controladas pelos golpistas.
Boa parte das vítimas sequer entende o funcionamento básico das criptomoedas. De acordo com o chefe da divisão, em muitos casos, os próprios criminosos criam as contas para as vítimas, controlam senhas, carteiras e transações, enviando supostos extratos de ganhos que não existem.
Quando o investidor tenta sacar seus lucros, descobre que os valores nunca estiveram disponíveis de fato.
As investigações já resultaram na prisão de 39 pessoas ligadas às organizações criminosas, a maioria de nacionalidade paraguaia, mas com envolvimento de cidadãos colombianos e venezuelanos que operavam no país.
Apesar dos avanços, a polícia ainda não conseguiu rastrear os responsáveis pelas publicações falsas, já que operam de servidores internacionais.
Alarcón ressaltou que o Paraguai se tornou uma rota de circulação de criptomoedas, funcionando como ponto intermediário de operações fraudulentas que ocorrem também fora do país.
Assim como ocorre com o narcotráfico, o país abriga cambistas de criptomoedas que recebem os valores ilícitos e os convertem em moeda tradicional, dificultando o rastreamento e a recuperação dos fundos.
O comissário aproveitou para fazer um alerta especial aos paraguaios durante o feriado da Semana Santa, quando cresce o número de ofertas falsas ligadas a turismo e hospedagem.
Ele recomenda verificar com atenção a autenticidade das propostas antes de realizar pagamentos ou depósitos, para evitar que um momento de lazer se transforme em uma visita à delegacia para registrar boletim de ocorrência.
A entrevista completa com a autoridade paraguaia está disponível no site da Monumental AM 1080.
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