Mesmo com a Binance tendo diversas camadas de proteção, isso não impediu que golpistas criassem um deepfake de Patrick Hillmann, diretor de comunicações da empresa. Conforme relato executivo no site da exchange, várias pessoas acreditaram estarem realmente conversando com ele.
“Ao longo do último mês, recebi várias mensagens online me agradecendo por dedicar um tempo para me reunir com as equipes de projeto sobre possíveis oportunidades de listagem de seus ativos na Binance.com.”
Seguindo, Hillmann mostrou-se surpreso com os contatos. Afinal, além de não participar do processo de listagem de criptomoedas da Binance, também comenta que nunca havia se encontrado com tais pessoas.
Deepfake começa a preocupar gigantes do setor
Enquanto o hack de US$ 3 bilhões da Ronin começou com falsas vagas de emprego no LinkedIn, outros golpistas criavam um deepfake para personificar Elon Musk e promover uma criptomoeda suspeita. Agora, os criminosos uniram estes dois golpes em um só.
Segundo o diretor de comunicações da Binance, golpistas estão usando um deepfake seu para enganar equipes que desejam ter sua criptomoeda listada em sua exchange. Tal golpe só foi descoberto porque algumas destas pessoas agradeceram a Patrick Hillmann em suas redes sociais verdadeiras, dando início a investigações.
“Acontece que uma sofisticada equipe de hackers usou entrevistas anteriores e aparições minhas na TV, ao longo dos anos, para criar um deep fake”, comenta Patrick Hillmann, diretor de comunicações da Binance. “Além dos 15 quilos que ganhei durante o COVID estarem visivelmente ausentes, esse deep fake era refinado o suficiente para enganar vários membros altamente inteligentes da comunidade cripto.”
Explicando como o golpe funciona, Hillmann os compara com o golpe do “Principe da Nigéria” dos anos 2000. Ou seja, os golpistas estão pedindo que os projetos enviem uma certa quantia de dinheiro antes que consigam receber algo em troca.
Diretor da Binance dá conselhos de segurança
Para não cair em golpes, o diretor de comunicações da Binance relembra algumas táticas comuns usadas pelos golpistas. O primeiro deles é o senso de urgência nas mensagens enviadas, ou seja, os criminosos querem que você tome ações rápidas, contra o relógio, não tendo tempo para pensar direito sobre o que está fazendo.
Em seguida, Hillmann também cita a Binance Verify, uma ferramenta onde você pode verificar se uma conta do Twitter, Telegram e outras redes sociais realmente pertence a um membro da Binance. Entretanto, nota que mesmo isso não é infalível, afinal hackers conseguem personificar e-mails com domínios oficiais da corretora.
Por fim, a maior recomendação é duvidar de ofertas generosas e jamais fornecer seus dados ou realizar pagamentos. Até o momento, não há informações sobre projetos que cairam neste golpe de deepfake, entretanto, tais golpistas continuarão tentando.