Google afirma que não precisamos reinventar o dinheiro, apenas reimaginar a infraestrutura
O Google anunciou nesta quarta-feira (27) a criação de sua própria blockchain. Chamada Google Cloud Universal Ledger (GCUL), ela terá foco em stablecoins, mas será diferente de blockchains tradicionais.
A ferramenta poderia estar em desenvolvimento desde 2022, quando o Google Cloud criou uma equipe dedicada a ativos digitais e blockchain.
Além de integrar diversas criptomoedas em sua plataforma nos últimos anos, a gigante já lançou serviços para desenvolvedores de Ethereum, bem como promoveu a Lightning Network do Bitcoin.
Em texto intitulado ‘Além das stablecoins: a evolução do dinheiro digital’, o Google aponta que “não precisamos reinventar o dinheiro, apenas reimaginar a infraestrutura”.
Portanto, o Google Cloud Universal Ledger (GCUL) aparece como uma solução de blockchain, ou livro-razão distribuído (DLT, na sigla inglesa) para esse problema.
“O Google Cloud Universal Ledger (GCUL) é uma nova plataforma para criar serviços de pagamentos inovadores e produtos de mercados financeiros.”
“Ele simplifica o gerenciamento de contas bancárias comerciais e facilita as transferências por um livro-razão distribuído, capacitando instituições financeiras e intermediários a atender às demandas dos clientes mais exigentes e competir de forma eficaz”, explicou o Google.
Ao contrário de projetos como Ethereum, Solana e Tron, o GCUL apresenta um novo modelo de negócios que visa simplificar a experiência dos usuários enquanto aumenta sua segurança.
O destaque é que as taxas de transação não serão pagas em uma moeda nativa, algo parecido com a proposta da blockchain da Circle, emissora da stablecoin USDC.
“As taxas de transação são estáveis, transparentes e faturadas mensalmente”, escreveu o Google.
Embora não exista um documento técnico sobre a GCUL, o Google afirma que sua ferramenta oferece um “desempenho incomparável” que pode ser escalonado para qualquer caso de uso.
Outra diferença para projetos tradicionais de criptomoedas é que o GCUL será ‘permissioned’, ou seja, o Google precisará autorizar a participação dos usuários na sua rede.
“O GCUL foi criado pensando na conformidade (por exemplo, contas verificadas por KYC, taxas de transação de terceirização em conformidade)”, explicou o Google. “Ele opera como um sistema particular e com permissão (com o potencial de se tornar mais aberto conforme os regulamentos evoluem) e aproveita a tecnologia segura, confiável, durável e focada na privacidade do Google.”
Conforme os EUA abandonaram a ideia de criar sua CBDC (moeda digital de banco central) e estão apostando que a indústria privada seja responsável pela digitalização do dólar, é possível que a solução do Google ganhe tração.
No entanto, a gigante americana também aponta que o GCUL pode ser usado para diversos ativos digitais, incluindo títulos, fundos e garantias. Tal caso é comumente chamado de tokenização ou RWA (ativos do mundo real, na sigla inglesa).
O Google não revelou nenhuma data de lançamento do Universal Ledger. No entanto, é possível se inscrever em seu programa de testes através de uma página especial.
“O Google Cloud Universal Ledger é um livro-razão distribuído, inovador, programável e multi-moedas, projetado para ser fácil de integrar e usar por instituições do sistema financeiro tradicional”, escreveu o Google.
No formulário é possível escolher se o usuário está interessado em participar de testes, explorar oportunidades de parceria, receber atualizações e informações ou outro.
Portanto, a gigante também pode estar interessada em contato com outras empresas que desejam explorar sua nova ferramenta.
Por fim, a novidade também pode impactar criptomoedas já consolidadas, como Ethereum e Solana. Isso porque a expectativa é que o produto do Google seja muito mais amigável que as soluções já existentes, podendo ter uma maior adoção pelo público geral.
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