O Governo dos EUA anunciou medidas para efetuar o confisco de US$ 200 mil dólares em uma carteira de USDT, com apoio da empresa Tether. Na conversão direta para o Real brasileiro, o valor gira em torno de R$ 1,1 milhão.
Desde fevereiro de 2024, a carteira alvo das autoridades já vinha sendo investigada por possíveis ligações com uma fraude nos EUA. Ao que tudo indica, uma vítima de Ohio nos EUA perdeu o equivalente a 340 mil dólares em bitcoin.
As autoridades divulgaram a ação de confisco na última sexta-feira (4), e indicaram que seguem atentas a golpes envolvendo criptomoedas no país.
Governo dos EUA inicia processo de confisco de R$ 1 milhão em carteira USDT após roubo de bitcoin
De acordo com autoridades, tudo começou em fevereiro de 2024, quando a vítima tinha em sua posse 340 mil dólares de bitcoin e, sem o seu conhecimento, teve todo o saldo drenado por golpistas. As autoridades não divulgaram detalhes de como esse roubo aconteceu, nem qual carteira a vítima utilizava na ocasião.
De qualquer forma, os criminosos sacaram os valores e depois converteram tudo para USDT, stablecoin ligada ao Dólar. Assim, com a carteira USDT na rede Ethereum identificada pelas autoridades, eles encontraram 200 mil dólares e acionaram a Tether para efetuar o bloqueio dos valores.
Como as stablecoins são operadas por empresas centralizadas que detém o controle das transações na rede, não demorou para que a Tether bloqueasse o saldo a pedido do governo.
“Por meio de várias etapas de “análise de blockchain”, os investigadores conseguiram rastrear aproximadamente US$ 200.000 dos fundos que foram transferidos fraudulentamente da carteira de moeda virtual da vítima para dois endereços de criptomoeda no blockchain Ethereum. Como parte dessa análise, foi determinado que o bitcoin transferido fraudulentamente foi convertido pelos fraudadores para a criptomoeda USDT“, disse o Governo dos EUA em nota.
Em março de 2024, autoridades com ajuda da empresa conseguiram congelar o saldo por meio de uma cooperação junto às investigações. Além disso, em julho de 2024, a Tether em posse do saldo congelado enviou tudo para uma carteira controlada pela polícia dos EUA, que ainda mantém o valor.
Queixa de Confisco pretende devolver saldo para vítima
Conforme noticiado pelo Governo dos EUA, na última quinta-feira (3) iniciou-se o processo de confisco, que pretende devolver o USDT para a vítima. Contudo, a pessoa que perdeu o valor em bitcoin ainda precisa comprovar que era o antigo dono do saldo.
“Pela Queixa de Confisco protocolada em 3 de outubro de 2024, os Estados Unidos buscam confiscar a criptomoeda em questão de 200.000 USDT. Se bem-sucedidos, os Estados Unidos buscariam então devolver os fundos confiscados à vítima de Ashtabula, Ohio. É especificamente notado que as alegações feitas na Queixa de Confisco são alegações que os Estados Unidos precisarão provar por uma preponderância de evidências caso o caso prossiga para julgamento“, disse em nota as autoridades norte-americanas.
Nos últimos dias, a própria Tether confessou ter auxiliado o governo dos EUA em outra ação, que bloqueou R$ 32 milhões em criptomoedas. Ou seja, tudo indica que as redes operadas por stablecoins estão proativamente auxiliando governos em confisco de valores.