O Grupo Bitcoin Banco não pagou o que deve a uma série de clientes que investiram em criptomoedas utilizando essa corretora. Os funcionários do negócio também atravessam problemas similares com a empresa.
Atualmente o grupo que criou corretoras de Bitcoin pelo país está em recuperação judicial. No entanto, essa realidade não afasta as responsabilidades de arcar com as promessas do grupo, feita para clientes e funcionários.
O problema começou ainda em 2019, após o Grupo Bitcoin Banco ganhar notoriedade mundial. Em alguns dias, a corretora Negocie Coins, que pertence ao grupo, chegou a superar a Binance em volume de mercado. Na época, o caso gerou suspeitas de que o volume da corretora era manipulado.
Mesmo assim, após um suposto ataque hacker na corretora, saques de clientes foram congelados. O imbróglio se mantém ainda hoje, com inúmeras pessoas com saldo preso nas plataformas do grupo.
Grupo Bitcoin Banco não pagou acerto de funcionária, que procura a justiça contra empresa
Segundo levantamento feito pelo Livecoins, o Grupo Bitcoin Banco acumula mais de 500 processos na justiça. A maior parte dos processos foi aberto por clientes da empresa, mas também há casos de funcionários.
Em um dos casos processos abertos por uma ex-funcionária, o processo mirou a empresa Principal Apoio Administrativo LTDA. Essa última tem Cláudio Oliveira como sócio no CNPJ, alegado “Rei do Bitcoin”, que seria dono do GBB.
A funcionária que teria sido demitida pelo grupo em dezembro de 2019 não teve o acerto feito pela empresa. Ela alega até que comissões eram pagas em Bitcoin para os funcionários, como parte variável do salário.
“Em depoimento a autora declarou que “trabalhou para a ré 02/2019 a 12/2019, como consultora comercial; tinha por atividades vender produtos de investimentos; a remuneração era composta de salário fixo, constante dos contracheques e comissões que eram pagas “por fora” em bitcoins; as comissões variavam de R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 ou mais, dependendo da cotação do bitcoin“, cita trecho do processo trabalhista conta o Grupo Bitcoin Banco.
O valor da causa supera os R$ 120 mil, entre comissões não pagas, FGTS não depositado, entre outros. A funcionária foi demitida no final de 2019 e luta há quase um ano para receber seus direitos na justiça.
Problemas se acumulam e soluções parecem não surgir no meio da confusão
O Grupo Bitcoin Banco ganhou notoriedade no Brasil e até patrocinou eventos da comunidade. Nesse meio tempo, criou várias plataformas de compra e venda de Bitcoin.
Dessa forma, criou uma “janela de oportunidade” chamada de arbitragem infinita. Essa possibilidade consistia em comprar Bitcoin em uma corretora a um preço baixo, e vender na outra a um preço mais alto. Apesar de uma arbitragem ser difícil de aparecer, dentro do Grupo Bitcoin Banco a prática era comum e atraiu uma série de traders de criptomoedas.
Após uma grande captação de recursos, o grupo teria sofrido uma invasão cibernética, de acordo com a empresa. De lá para cá, saques foram congelados, a empresa entrou em recuperação judicial e a confusão só aumenta.
No Reclame Aqui, o Grupo Bitcoin Banco já é citado em mais de três páginas de reclamações, por clientes e até prestadores de serviço. Contudo, o problema da empresa segue infinito, acumulando processos na justiça.