Evento do BRICS no Brasil movimentou o Congresso Nacional e outras autoridades (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
Reunidos em Brasília (DF), membros do Grupo de Trabalho de Contraterrorismo do BRICS discutiu na última semana várias medidas de combate ao terrorismo, inclusive observando o uso das criptomoedas como meio de financiamento para a prática.
O GT é coordenado pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) nesta presidência do Brasil no BRICS em 2025.
Em nota à imprensa, a Abin declarou que o grupo entende que o financiamento ao terrorismo é uma ameaça internacional à paz e segurança das pessoas. Além disso, leva a desestabilização econômica e social, devendo ter medidas preventivas contra a prática.
Participando do evento, a diretora do Departamento de Inteligência Externa da ABIN e chefe da delegação brasileira do GT de Contraterrorismo, Ana Ribeiro destacou no evento os programas de reintegração e de prevenção.
“Ao tratar das experiências exitosas de diferentes países com a implementação de programas de reintegração de combatentes terroristas e de estratégias de intervenção precoce em processos de radicalização em curso, foi destacada a importância de abordagem multidimensional que engaje o Estado e a sociedade civil, por meio da família e da comunidade, especialmente de líderes comunitários“, declarou Ana.
Para a diretora, a respostas dos Estados também precisa estar “em constante adaptação e atualização considerando as rápidas mudanças de estratégias, métodos e táticas de grupos terroristas e movimentos associados ao extremismo violento“.
Durante os três dias de evento em Brasília, as delegações do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul compartilharam suas visões, conhecimentos e experiências sobre o terrorismo e o extremismo violento.
Assim, um dos debates passou pelo impacto das novas tecnologias como forma de recrutamento, financiamento e promoção. De acordo com as autoridades, muita desinformação compartilhada por organizações terroristas levam a captação de novos membros.
Além disso, eles utilizam várias plataformas para treinamento de novas formas de violência e processos de auto-radicalização.
As criptomoedas, por exemplo, foram um dos temas citados nas discussões sobre o financiamento, já observadas pelo Grupo de Contraterrorismo do BRICS. Já a disseminação de propaganda do terrorismo em diferentes línguas também ganhou destaque no evento.
Como forma de prevenção, portanto, os países entendem a relevância da cooperação internacional para aumentar as capacidades do Estado frente às novas tendências do terrorismo. Os membros do BRICS pediram ainda atenção para o alinhamento de legislações domésticas em relação aos padrões internacionais.
“Os países membros do BRICS respondem por cerca de metade da população mundial e há representação de todos os continentes. Essa diversidade favorece a formação de perspectiva abrangente e multidimensional acerca desses fenômenos e contribui para a promoção de avanços nas estratégias nacionais de prevenção e combate do terrorismo“, avalia a diretora da ABIN.
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