Notícias

Hackers ligados a Israel roubam R$ 450 milhões de corretora de criptomoedas do Irã

Share

Um grupo de hackers ligado a Israel afirma ter invadido as carteiras da Nobitex, uma corretora de criptomoedas do Irã. Especialistas apontam que as perdas cheguem a R$ 450 milhões.

A Nobitex reconheceu o ataque, revelando que suas carteiras quentes foram acessadas por terceiros. Tanto seu site quanto seu aplicativo estão offline, mas a corretora afirma que os fundos mantidos em suas carteiras frias continuam seguros.

O hack acontece enquanto os conflitos entre Israel e Irã se intensificam. A ação mostra que a guerra também é virtual.

Corretora iraniana diz ter sido vítima de hack

Nas redes sociais, a Nobitex publicou uma nota na madrugada desta quarta-feira (18) sobre o ocorrido. A corretora iraniana informa que somente uma pequena parte dos fundos foi roubada.

“Na manhã de hoje, 17 de junho, nossa equipe técnica identificou sinais de acesso não autorizado a parte das infraestruturas de comunicação e à carteira quente”, escreveu a Nobitex. “Imediatamente após a detecção, todos os acessos foram interrompidos, e nossas equipes internas de segurança estão conduzindo uma análise detalhada do incidente.”

Nobitex, corretora do Irã, reconhece hack sofrido. Fonte: X.

No texto, a corretora também assumiu total responsabilidade pelas perdas e prometeu reembolsar seus clientes usando seus próprios ativos.

O Livecoins apurou que o site da Nobitex se encontra indisponível no momento, retornando o erro 504 quando acessado. A corretora aponta que seu aplicativo também está fora do ar, o que significa que os usuários estão sem acesso aos seus investimentos.

Hackers ligados a Israel assumem autoria do ataque

Logo após o tuíte da Nobitex, o grupo Gonjeshke Darande publicou uma longa mensagem assumindo a autoria do ataque. Antes disso, os mesmos hackers também invadiram o banco Sepah, controlado pelo governo do Irã, deletando dados.

Embora não se saiba a nacionalidade dos hackers, a própria mídia israelense aponta que o grupo está ligado a Israel.

“Após o Bank Sepah do IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã), chegou a vez da Nobitex.”

“Em 24 horas, divulgaremos o código-fonte da Nobitex e informações internas de sua rede”, disseram os hackers. “Qualquer ativo que permanecer lá após esse prazo estará em risco!”

Grupo de hackers ligado a Israel assume autoria de ataque contra corretora de criptomoedas iraniana. Fonte: X.

Os hackers alegam que a corretora é usada para financiar ações terroristas e não se importa em não cumprir sanções. “Na verdade, ela instrui publicamente os usuários sobre como usar sua infraestrutura para burlá-las”, disse o grupo.

Hackers queimaram os R$ 450 milhões roubados

Segundo análise feita por ZachXBT, compartilhadas pela Lookonchain, os hackers roubaram cerca de R$ 450 milhões (US$ 82 milhões) em criptomoedas da corretora Nobitex.

As maiores perdas ficaram na stablecoin USDT (R$ 300 milhões), seguido pelas memecoins DOGE e PEPE (R$ 36,8 milhões e R$ 14,3 milhões, respectivamente) e então por Bitcoin (R$ 10,6 milhões).

Além da soma, o que mais chama atenção é que os hackers queimaram esses ativos. Para isso o grupo usou endereços personalizados, deixando mensagens contra o Irã.

Endereço de Bitcoin usado por hackers de Israel com mensagem contra o Irã.

O endereço de Bitcoin poderia ser traduzido como “1queSeDaneOsTerroristasDoIRGCeaNobitex”. O mesmo padrão se repete nos endereços de Doge, Ethereum e na rede Tron, onde estavam a maioria dos USDTs.

Embora tais endereços sejam válidos para receber transações, eles não podem ser acessados para realizar transações. Ou seja, tais moedas estão perdidas para sempre.

Portanto, isso mostra que o hack não visou o dinheiro, tratando-se de um ataque político.

Ganhe até R$ 500 em Bitcoin! Crie sua conta na: OKX.com

Siga o Livecoins no Google News.
Curta no Facebook, TwitterInstagram.
Henrique HK

Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

Comentários
Autor:
Henrique HK