Uma organização criminosa composta por três hackers foi formalmente acusada de invadir sistemas de órgãos públicos e comercializar dados sigilosos de brasileiros. A denúncia, apresentada pelo promotor de Justiça Fernando Rodrigo Garcia Felipe de São José do Rio Preto, foi aceita em 17 de janeiro. Um dos envolvidos enfrentará acusações adicionais por posse de pornografia infantil.
As investigações revelaram que os acusados, residentes nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso, operavam com a ajuda de dois adolescentes de Bady Bassitt, no interior paulista.
O esquema consistia na venda de logins que forneciam acesso a plataformas de instituições policiais, com preços variando de R$ 200 a R$ 1 mil. De acordo com o MPSP, as transações eram realizadas com criptomoedas.
🚨MPSP processa hackers que invadiram sistemas do governo e vendiam dados dos brasileiros.
Eles vendiam logins de sistemas da polícia e valores eram pagos em criptomoedas.
Também vendiam certificados de vacina e roubavam FGTS de pessoas que não receberam o 'benefício'. pic.twitter.com/OoVMYsESSu
— Livecoins (@livecoinsBR) January 23, 2024
Grupo roubava FGTS de trabalhadores que não receberam o benefício
O MPSP também acusa o grupo de adulterar cadastros de vacinas contra a covid-19 e emitir certidões de óbito falsas. Além disso, eles comercializavam dados de cartões de crédito.
Um dos integrantes conseguiu burlar o sistema de gestão de créditos de vale-alimentação de uma empresa, vendendo contas que permitiam compras com desconto em aplicativos de entrega de refeições.
Os hackers também invadiram o aplicativo CAIXA Tem, da Caixa Econômica Federal, possibilitando o resgate indevido de FGTS de trabalhadores que não haviam recebido o benefício.
Sistemas de reconhecimento visual das Polícias Civil e Militar de São Paulo e logins de acesso ao site do Ministério Público de São Paulo foram igualmente comprometidos.