Homem perde R$ 450 mil em Bitcoin após confiar em concunhado

Caso mostra a importância de se investir em Bitcoin por conta própria e estudar os fundamentos da moeda antes de realizar qualquer compra.

Um homem processou seu concunhado após perder R$ 451.177,55 investidos em Bitcoin, mas que foi supostamente encaminhado para uma pirâmide financeira. O caso aconteceu em 2018, quando o companheiro de sua cunhada ofereceu-lhe investimentos rentáveis com Bitcoin.

“Alega em síntese que, o requerido é companheiro de sua cunhada e se apresentou como intermediador de investimentos em bitcoins. Diz que, em razão do convívio social entre as partes, foi induzido pelo réu a investir em criptomoedas, que lhe prometeu lucro rentável.”

Assim, o investidor fez aportes em uma corretora do mercado nacional, na conta administrada pelo seu concunhado intermediador dos investimentos. Como acreditava que os lucros seriam promissores, ele confiou seu dinheiro a um terceiro da sua família.

Homem confiou dinheiro para investir em Bitcoin ao concunhado, mas perdeu tudo

Após alguns anos, o investidor procurou seu concunhado em fevereiro de 2021 para conseguir o acesso a sua conta de Bitcoin e ao valor depositado, que poderia estar valendo milhões com a alta do mercado naquele momento.

Contudo, seu parente disse que não tinha mais o acesso ao valor, quando o investidor soube por terceiros que o valor já havia sido resgatado.

“Assevera não ter recebido extrato oficial da empresa, login, ou senha de acesso da conta digital aberta junto à corretora e que, em fevereiro de 2021 procurou o réu para obter referidos documentos, bem como para resgatar os valores investidos, quando teve conhecimento, por terceiros, que os valores já teriam sido resgatados.”

Ele ainda tentou com seu concunhado um acordo extrajudicial, mas que não se mostrou frutífero. Dessa forma, ele ingressou na justiça contra o parente que possivelmente o fraudou em quase meio milhão de reais.

Como pediu o arresto dos bens do parente em tutela de urgência, essa medida acabou sendo concedida pela justiça paulista.

Concunhado jogou a culpa em pirâmide financeira

Ainda na justiça, o processo ouviu o relato do concunhado que imediatamente culpou a empresa “E-BIT INTERMEDIAÇÃO LTDA” pelo sumiço do dinheiro do autor do processo. Essa é uma suposta pirâmide financeira que atuou no Brasil e foi alvo da Operação Lucro Fácil, deflagrada pela PC-SP em 2019.

“Sustenta ter direcionado o investimento para a plataforma da empresa E- BIT, que passou a impedir o resgate dos recursos, deixando de oferecer suporte aos investidores. Reitera que a responsabilidade pelo ocorrido é da empresa E- BIT. Ao final rechaça os pedidos da parte autora, e espera a improcedência da ação, bem como a denunciação da lide à empresa E- BIT.”

Mas jogar a culpa na pirâmide não ajudou em nada a situação do concunhado que ajudou o homem que perdeu R$ 451 mil em Bitcoin, visto que ele acabou confessando que intermediou a operação no mercado.

A juíza rechaçou o pedido de culpar a E-BIT pelo não pagamento do valor e agora ouvirá testemunhas do caso, para buscar compreender um ponto que restou controverso.

De qualquer forma, essa ação que é acompanhada pelo TJSP mostra bem que confiar Bitcoin ou dinheiro em terceiros, mesmo que da própria família, é uma prática perigosa para investidores.

Quando interessado em comprar Bitcoin, é importante que os fundamentos da moeda sejam estudados, com todo o processo sendo feito pelos próprios interessados. Neste mercado um lema importante é “você é o seu próprio banco”.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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