Homem que diz ser pai do Bitcoin passa vergonha em tribunal com documentos falsos e diz que foi incriminado

Vendo os documentos falsificados, o juiz chegou a dizer que Wright “deveria se considerar extremamente sortudo” por conseguir apresentar seu caso.

Craig Wright, o cientista da computação australiano que há anos diz ser o pai do Bitcoin, está enfrentando uma bateria de acusações que colocam em xeque sua afirmação de ser Satoshi Nakamoto.

Seu julgamento, que começou na segunda-feira (5) e promete se estender até meados de fevereiro, é o mais recente capítulo em uma saga que aterroriza a comunidade de criptomoedas desde 2016.

Wright, vestindo um terno azul-claro listrado e mantendo uma postura defensiva, insistiu em sua versão dos fatos perante o juiz James Mellor. “Se eu tivesse falsificado esse documento, seria perfeito,” afirmou, referindo-se a um PDF que contém inconsistências apontadas pela COPA.

No entanto, sua defesa pareceu vacilar sob o escrutínio do advogado Jonathan Hough da Crypto Open Patent Alliance (COPA), que sugeriu que Wright cometeu “falsificações em escala industrial” para sustentar que é Satoshi Nakamoto.

Hough, representando a COPA, descreveu a narrativa de Wright como uma “mentira descarada”, apoiada por um emaranhado de documentos suspeitos e manobras evasivas.

Craig Wright não consegue provar que é Satoshi Nakamoto e passa vergonha

De acordo com a mídia local, Craig Wright está passando vergonha no tribunal, já que uma evidência revelou que o whitepaper original do Bitcoin foi escrito no software OpenOffice, enquanto a versão apresentada por Wright teria sido criada em LaTeX, uma discrepância temporal que os especialistas concordam ser significativa.

A acusação também destacou a conduta de Wright como reminiscente de uma “farsa”, com acusações graves de que ele teria utilizado ferramentas como o ChatGPT para criar documentos falsos.

As alegações têm implicações sérias, visto que, baseando-se na alegação de ser Satoshi, Wright reivindicou “centenas de bilhões de dólares” em litígios contra indivíduos e empresas.

A COPA, respaldada por figuras notáveis como o fundador do Twitter, Jack Dorsey, busca uma “declaração negativa” que desmascare as alegações de Wright.

A defesa, por sua vez, argumentou que Wright possui “uma combinação incomum de talentos multidisciplinares” e a experiência necessária para ser o criador do Bitcoin, apesar de não apresentar provas concretas, como as chaves privadas que acessariam os bitcoins minerados por Nakamoto.

O advogado de Wright, Lord Grabiner, defendeu a reivindicação de seu cliente, enfatizando seu estudo e trabalho dedicados aos conceitos subjacentes ao Bitcoin.

Grabiner também sugeriu que, dada a ampla cobertura da mídia sobre a questão desde 2016 e os múltiplos processos judiciais, é improvável que o verdadeiro Nakamoto permanecesse em silêncio se Wright não fosse, de fato, o criador da criptomoeda.

Suposto pai do Bitcoin diz que foi incriminado para parecer um mentiroso

Em seu terceiro dia de julgamento nesta quarta-feira (7), Wright se defendeu das acusações de falsificação, insistindo que foi injustamente incriminado.

Os documentos editados que ele apresentou ao longo dos anos, que ele afirma provar sua autoria do Bitcoin, tornaram-se uma peça chave da controvérsia, com a COPA argumentando que são todos forjados.

Wright, contudo, mantém que houve uma campanha deliberada para manipular seus arquivos e distorcer sua imagem, apontando o dedo para outros que teriam alterado os documentos para comprometê-lo.

Por exemplo, a COPA apresentou um documento forjado por CW. Ele então reconheceu que o documento foi editado, mas alegou que outra pessoa fez tais edições para incriminá-lo.

Vendo os documentos falsificados, o juiz chegou a dizer que Wright “deveria se considerar extremamente sortudo” por conseguir apresentar seu caso.

As informações, vindas de um perfil do Twitter que está presente no julgamento e transcrevendo a batalha judicial em tempo real, também revelam que Wright está desconfortável e se vestiu de forma inadequada para a audiência de ontem. “Esses sapatos são ofensivos”, disse alguém no tribunal.

Wright também ficou furioso quando desafiado e ficou cada vez mais agitado durante seu depoimento. Ele afirmou ser “melhor com códigos do que com palavras”.

O futuro do Bitcoin

Enquanto o julgamento continua, a comunidade global observa com expectativa. A decisão do tribunal poderá desmascarar Craig Wright de uma vez por todas, o que será uma grande vitória para desenvolvedores da moeda digital, que estão sofrendo processos do australiano.

Os detalhes do caso são complexos e as evidências ainda estão sendo avaliadas. No entanto, as inconsistências destacadas pela COPA e as dificuldades da defesa em fornecer provas claras e consistentes colocam a veracidade das alegações de Wright em dúvida.

Como a tecnologia blockchain se baseia na confiança e transparência, o resultado do julgamento pode ter repercussões duradouras para desenvolvedores e também para a confiança no Bitcoin.

Enquanto o julgamento avança, a atenção se volta para as evidências que Wright pode fornecer para sustentar sua afirmação. O cenário do Bitcoin, que desde sua invenção se pauta por princípios de descentralização e anonimato, encontra-se em uma encruzilhada, aguardando o veredito que poderá validar ou desmistificar a figura misteriosa de Satoshi Nakamoto.

Por um lado, os defensores de Wright veem o julgamento como uma oportunidade para finalmente legitimar a figura que, segundo eles, é a mente mestra por trás do fenômeno do Bitcoin. Por outro, os críticos e céticos veem o processo como o momento definitivo para desacreditar o que eles veem como uma série de enganos prolongados e prejudiciais.

O juiz Mellor, encarregado de decidir o caso, terá a difícil tarefa de discernir a verdade em meio a uma maré de documentos técnicos, testemunhos de especialistas e estratégias legais complexas.

Como a história deste julgamento se desenrolará ainda é incerto. O que é evidente, no entanto, é que o veredicto terá implicações significativas, tanto para Craig Wright quanto para a integridade da história e do futuro do Bitcoin.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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