Homem que vendia mineração de criptomoedas em nuvem é preso

Mineração em nuvem é um tema que atraiu muitas pessoas, mas a chance de ser uma cilada é de 99,9%.

Um homem que vendia o sonho da mineração de criptomoedas em nuvem foi preso na última quarta-feira (20), após investigações apurarem nos últimos três anos sua participação em um sofisticado esquema.

A prática de mineração de criptomoedas é essencial para que essas funcionem com segurança. Dessa forma, muitas pessoas se interessaram por entrar neste setor e concorrer às recompensas que ele fornece.

Isso porque, quando um minerador descobre um bloco válido em uma rede como o Bitcoin, por exemplo, ele recebe moedas como recompensa. Atualmente, um bloco válido do BTC fornece 6,25 moedas de recompensa mais as transações incluídas, ou seja, mais de R$ 1,2 milhão.

Muitas pessoas não detém o entendimento técnico ou equipamentos para realizar essa atividade. Assim, acabam procurando soluções prontas sendo oferecidas no mercado, momento em que o golpe aparece para muitos.

Homem que vendia mineração de criptomoedas em nuvem é preso na fronteira do Canadá com Estados Unidos

Comprar um equipamento minerador de bitcoin nem sempre é uma prática fácil. Iniciar na atividade de mineração de criptomoedas certamente envolve estudo e deve ser considerada uma profissão e investimento que necessita empenho para ser rentável.

O antiminer da Bitmain “Bitcoin Miner S19”, por exemplo, tem um valor de US$ 7 mil hoje. Com os impostos de importação no Brasil, esse poderia sair facilmente por mais de R$ 50 mil e nem é a mais rentável do mercado, nem a mais moderna atualmente. No Senado Federal, um projeto de lei discute zerar esses custos, mas a discussão está travada ainda.

De qualquer forma, apesar de ser um setor promissor, muitos preferem o caminho mais fácil e acabam esbarrando com propostas da chamada “mineração em nuvem”, um problema recorrente na comunidade de criptomoedas que costuma incorrer em situações de golpes contra investidores.

Isso porque, ao prometer aos investidores recebimentos de proventos em bitcoin após investimentos, os donos dessas fraudes somem com o dinheiro das vítimas. E isso aconteceu nos Estados Unidos desde 2019, com Chester Stojanovich sendo uma pessoa que oferecia pela internet a venda de mineração de criptomoedas em nuvem.

Após captar o dinheiro dos investidores, ele utilizava o dinheiro para pagar suas custas pessoais, vivendo uma vida de luxo em hotéis, com direito até a andar de limusine.

Assim, após o número de denúncias chamar atenção do FBI, ele passou a ser investigado, mesmo se mudando para o Canadá nos últimos meses. Na última quarta, quando ele tentou voltar aos Estados Unidos, acabou preso na fronteira e agora será julgado pelos seus crimes.

Fraude antiquada

Deputado do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), Damian Williams comentou que embora o fraudador utilize as criptomoedas como pano de fundo para seus golpes, essa é uma fraude antiquada. Ou seja, o caso não passa de um estelionato pela internet.

“Muita emoção e ‘buzz’ foram gerados nos últimos anos sobre o ‘novo mundo’ da mineração de criptomoedas. Mas novas fronteiras financeiras também podem gerar novas oportunidades para fraudes antiquadas. Aqui, Chet Stojanovich é acusado de usar essas técnicas de fraude desgastadas pelo tempo em uma nova fronteira.”

O homem é suspeito de ter captado US$ 2 milhões de investidores que acreditavam estar comprando hashs de mineração em nuvem, um valor próximo de R$ 10 milhões. Ainda considerado inocente na fase de acusação, ele poderá pegar 20 anos de prisão, caso a justiça assim decida.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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