Um candidato a diretor do Banco Central do Brasil aprovado em comissão no Senado Federal defende a regulação de criptomoedas em três eixos.
O assunto da regulação da tecnologia das moedas digitais segue chamando atenção no Brasil em 2022 e deve ser o ano em que algum projeto de lei possa ser finalmente aprovado. Muito desse movimento tem relação com os recentes golpes que assolaram o mercado e investidores que sem muito estudo ingressaram no espaço.
Além disso, empresas do próprio mercado de criptomoedas têm pedido por regulação, de modo a criar regras claras para todos os participantes. Em 2021, vale lembrar, que o Bacen sinalizou que a regulamentação do Bitcoin no Brasil deverá ser prudencial.
Candidato a diretor do Banco Central do Brasil defende regulação de criptomoedas em três eixos
Um dos sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (5) foi o economista Renato Dias Gomes. Candidato a diretor do Banco Central do Brasil, ele foi aprovado com 22 votos dos senadores da comissão e agora sua candidatura deverá ser avaliada pelo Plenário do Senado.
Logo em sua apresentação, de acordo com a Agência Senado, o candidato já teve que falar sobre o assunto das criptomoedas.
Isso porque, o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) o questionou quando o Banco Central do Brasil olhará o mercado de criptomoedas, onde “os brasileiros estão entrando sem condições de receber os seus recursos novamente“.
Em sua resposta, Renato defendeu a regulação das corretoras de criptomoedas que atuam no mercado, mas que no projeto de lei que avança no país não está claro se o BCB será realmente o órgão responsável pela regulação do mercado.
Caso o Bacen seja o escolhido para a tarefa, a política deve se balizar por três eixos.
“O projeto determina que haja regulação das corretoras de criptoativos, mas não foi definido que seria pelo Banco Central. Isso vai ser decidido pelo Poder Executivo.
Em sendo o Banco Central, a política com relação às corretoras de criptoativos tem que se balizar em três eixos: prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; regulação prudencial; e educação financeira.
Muitos brasileiros têm comercializado criptoativos. E são ativos perigosos, que não funcionam como seguro para a oscilação de renda do brasileiro. É preciso que o consumidor saiba o que está fazendo.”
“Muitos criptoativos não têm fundamentos”
Ao defender a regulação prudencial responsável, Renato declarou que muitas criptomoedas não têm fundamentos e isso é um ponto muito preocupante.
Já no quesito educação financeira, ele disse que é importante o consumidor entender os riscos de seus investimentos antes de transacionar, o que não acontece muito hoje.