Intel não limitará mineração de criptomoedas em placas de vídeo

A Intel parece ter perdido uma boa receita ao não apostar em placas de vídeo mais cedo. A explosão do preço do Ethereum em 2017, e novamente em 2021, fez com que a demanda por placas de vídeo tivesse o mesmo movimento.

Embora o setor de placas de vídeos dedicadas seja dominado pela NVIDIA e AMD, a Intel parece estar finalmente entrando no setor com as GPUs Intel Arc Alchemist.

Raja Koduri e Roger Chandler afirmaram que as placas de vídeo da Intel não terão limitadores de mineração, como ocorreu nos últimos lançamentos da NVIDIA que limita o hashrate. A fala ocorreu durante uma entrevista ao Gadgets 360.

A Intel parece ter perdido uma boa chance de aumentar as suas vendas conforme o Ethereum disparou em 2017 e em 2021. E desta vez pode chegar atrasada conforme a segunda maior criptomoeda pode abandonar a mineração por GPU antes do lançamento das placas da empresa.

GPUs da Intel sem limite de hashrate

Ao ser questionado se a geração Alchemist de placas de vídeo da Intel terão algum tipo de limitação por hardware ou software para diminuir a eficiência de mineração, ambos entrevistados disseram que não haverá nenhum bloqueio.

“Nós não estamos colocando nenhum empenho extra nisso”

Apesar disso, a resposta mais longa afirma que o foco do projeto são os jogadores e criadores, que trabalham com criação e edição gráfica. Mostrando que a empresa está criando placas de vídeo que atendam estes dois consumidores e não estão pensando nos mineradores, tanto de forma positiva quanto negativa.

Os atuais esforços da sua concorrente, NVIDIA, em lançar placas com baixo poder de mineração, chamadas LHR (Lite Hash Rate) acabaram sendo mais uma jogada de marketing do que uma saída aos gamers.

Os preços das suas placas da série RTX de geração 30 continuam altos devido a uma alta demanda por GPUs e uma escassez mundial de semicondutores, essenciais na fabricação de quase todos equipamentos eletrônicos.

Enquanto isso, a comunidade de criptomoedas vem buscando soluções para burlar esta limitação e a cada dia conseguem obter resultados melhores. No mais recente caso, o uso de dual-mining, para minerar duas moedas ao mesmo tempo, chegou a usar 100% da potência da placa, todavia o consumo de energia ainda é mais alto que placas não-LHR de mesmo modelo.

Ações da NVIDIA e AMD estão relacionadas ao Ethereum

A Intel parece ter perdido uma boa receita ao não apostar em placas de vídeo mais cedo. A explosão do preço do Ethereum em 2017, e novamente em 2021, fez com que a demanda por placas de vídeo tivesse o mesmo movimento.

Isso acabou gerando lucros para as duas empresas líderes do setor, NVIDIA e AMD. Entre janeiro de 2016 e a data de hoje, o Ethereum subiu 406.809%, já as ações da NVIDIA subiram 2.322% e as da AMD 6.288% no mesmo período.

Já as ações da Intel, apenas 83%. Sendo necessário lembrar que a empresa também perdeu a briga contra a AMD em processadores, conforme usuários vem preferindo CPUs Ryzen da concorrente e isso também teve impacto nas ações das duas empresas.

A possível entrada da empresa no setor de GPUs dedicadas pode tanto ajudá-la quanto ser um tiro no próprio pé, afinal o Ethereum pode migrar para Proof of Stake antes do lançamento das Alchemists.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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