Em uma ação pioneira na Argentina, um tribunal de justiça do país mandou bloquear 3,5 milhões em USDT, stablecoin ligada ao Dólar.
De acordo com informações apuradas pela mídia local, o caso tem relação com a pirâmide financeira Rainbow Exchange. Esta pirâmide atacou 1/3 de uma cidade argentina, deixando milhares de famílias em prejuízo com falsas promessas de ganhos rápidos.
Com quase 20 mil investidores cadastrados que realizaram aportes e ficaram sem ver seu dinheiro desde que a falsa corretora de bitcoin encerrou suas operações, a justiça pediu ajuda para a Tether. A empresa é a responsável pela emissão de USDT, maior stablecoin em volume mundial.
Justiça da Argentina manda Tether bloquear carteira de USDT vinculada a pirâmide financeira
A nova ordem determinada pela justiça argentina declarou que as carteiras associadas com a “Rainbowex” entraram para uma lista negra na rede da USDT. Assim, 3,5 milhões de USDT ligados ao golpe já estão em posse da justiça.
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De acordo com informações da laOPINION, outros 30 milhões de pesos argentinos em espécie também foram apreendidos pelas autoridades em operações contra a pirâmide que se disfarçava de corretora. Entre os valores em espécie recolhidos em uma operação recente também estavam Yuans, Dólares e Euros em notas.
Os alvos da operação se apresentavam como Consórcio Knight, e captaram recursos de residentes da cidade de San Pedro (AR).
Após conversa com a Tether, a justiça argentina criou carteiras de USDT para receber os valores e poder liquidar os ativos apreendidos depois.
Várias ferramentas de rastreio utilizadas na operação contra pirâmide
Para ajudar a operação pioneira de apreensão de USDT pela justiça argentina, várias empresas colaboraram com as autoridades.
Uma delas é a exchange Lemon, e as ferramentas de rastreio de criptomoedas utilizadas foram a Chainalysis e a Qlue. Por conta do rastreio de criptomoedas e outras etapas da investigação, cinco argentinos já foram presos e outros seguem sob investigação.
Além disso, a justiça argentina emitiu um alerta vermelho na Interpol para prender cidadãos da Malásia que podem estar envolvidos com o golpe. Ou seja, o crime financeiro tem movido até agências internacionais na busca pela resolução do caso.
Via redes sociais, o caso ganhou notoriedade entre os argentinos. Um que comentou a primeira apreensão de criptomoedas em carteiras pela justiça foi o Maximiliano Firtman, diretor e professor da ITMaster Academy, que destacou a ação.
🔴CONGELAMIENTO DE USDT DESDE ARGENTINA
La justicia argentina bloqueó por primera vez criptos USDT de delitos.
👉Son billeteras de RainbowEx "la China" de San Pedro
👉Más de 3 millones de dólares
👉La empresa Tether es quien tiene potestad de congelamiento en el smart contract pic.twitter.com/9GW9JB2tNl— Maximiliano Firtman (@maxifirtman) December 22, 2024
Ao que tudo indica, o caso servirá de exemplo no futuro para combate a outros crimes envolvendo criptomoedas no país.