Uma nova decisão da justiça do Distrito Federal (DF) mandou uma pirâmide devolver os recursos de dois investidores. Encerrada em 2017 após uma operação policial, a Kriptacoin é um famoso caso de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, que teve atuação na cidade de Goiânia e no Distrito Federal.
O caso de fato ganhou repercussão no país, pois os líderes do esquema desfilavam em carros de luxo pelas ruas de Goiânia e Distrito Federal. Os líderes também compraram avião particular, um helicóptero e até uma sede de luxo, nomeada “Wall Street Corporate”.
Quando a Operação Patrick foi deflagrada, os líderes foram presos. Além disso, carros de luxo que os líderes da Kriptacoin desfilavam foram apreendidos. Após a prisão, a justiça julgou e decretou prisão em regime fechado de vários líderes da fraude. Ainda hoje, entretanto, clientes seguem sem receber as promessas que lhes foram feitas.
Justiça manda pirâmide Kriptacoin devolver Hilux e mais meio milhão roubados no DF
Nos últimos anos, vários esquemas de pirâmide financeira assolam os brasileiros. Ainda em 2020 há quem insista em acreditar em golpes e falsas promessas de investimentos. Mas os estelionatários têm buscado cada vez mais inovar nos golpes.
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Dessa forma, muitos associam às novas pirâmides ao Bitcoin, moeda digital que funciona pela internet. Com grande valorização nos últimos anos, o Bitcoin é o novo ativo que compõe a narrativa dos golpistas. No passado, os brasileiros já receberam até propostas de avestruz, o que mostra que o crime tem se sofisticado.
Na capital do país, o golpe que mais chamou atenção se chama Kriptacoin. Prometendo ser uma moeda melhor que o Bitcoin, os líderes da pirâmide captaram vários investidores. Alguns, que se entusiasmaram ao ver os “ganhos”, realizaram aportes vultuosos.
Contudo, quando a pirâmide ruiu, como esperado, vários clientes se desesperaram. Após a Operação Patrick, comandada pelo Ministério Público, os líderes foram presos e julgados. Na justiça, a condenação dos principais líderes aponta crime contra a economia popular, com penas acima de 5 anos para todos.
Mesmo com o golpe encerrado em 2017, clientes que acreditaram ainda seguem sem receber. Dois homens entraram na justiça do DF contra a pirâmide, para pedir de volta uma Hilux e mais de R$ 500 mil depositados no golpe. O juiz que cuidou do caso mandou a pirâmide devolver os aportes, segundo decisão publicada nesta quarta.
Há três anos sem receber, investidores caíram na ilusão do golpe
A sentença judicial favorável aos investidores da pirâmide Kriptacoin foi dada no dia 3 de setembro, e publicada no DJDF nessa quarta (9). Nela, a defesa apontou que os investidores caíram na “ilusão matemática das pirâmides”.
Isso porque, a plataforma da Kriptacoin rentabilizava os depósitos rapidamente. A sensação era que os ganhos seriam infinitos, mas com o fim da ilusão, a realidade veio a tona.
“Defendem que a ilusão vendida pelos Requeridos era tamanha que o 1ª Requerente cada dia se envolvia mais nos falsos investimentos chegando a tal ponto de acumular na KRIPTACASH 6.972,75 e KRIPTAMINING 47.078,78 totalizando ao final 54.051,43 moedas kriptacoin não monetizadas, que a época encontrava-se valoradas ficticiamente a R$ 40,00 (quarenta reais), ou seja, tinha o falso lucro de R$ 2.162.057,20”, apontou a defesa
De qualquer forma, a ilusão acabou e a realidade é que a justiça mandou a pirâmide Kriptacoin lhes devolver suas aplicações. Agora os investidores irão buscar cumprir seus direitos, caso encontrem ainda algum valor em posse da empresa.
Vale o destaque que um dos investidores teve prejuízos além do golpe, visto que teve que ressarcir as pessoas que indicou. Ou seja, a profissão de divulgador de pirâmide lhe causou mais danos que a própria fraude em que caiu.
“Relatam que, após a deflagração da operação o 2.º Requerente teve mais prejuízos financeiros, por ter que ressarcir algumas pessoas que havia indicado a empresa Requerida, tendo que indenizar eles”
Os bens apreendidos na operação já foram leiloados. Carros de luxo, como um Ferrari e uma Lamborghini, por exemplo, foram arrematados em abril de 2019. Na ocasião, a justiça conseguiu R$ 3,2 milhões, que seriam usados para pagar as vítimas do golpe.
A Kriptacoin é suspeita de ter causado danos acima de R$ 250 milhões e há mais de três anos clientes seguem sem receber.