Um suposto esquema de pirâmide internacional, chamado BitClub é responsável por roubar mais de US$ 720 milhões em Bitcoins. O líder desse esquema ponzi, Russ Medlin, acabou de ser preso na Indonésia acusado de participação em um esquema de pedofilia.
As informações sobre a prisão foram publicadas pelo site Reuters. De acordo com o site, as autoridades de Jakarta apreenderam o líder da BitClub após interrogarem três garotas menors de idade que frequentaram o apartamento de Medlin.
As três confessaram fazer parte de um suposto esquema de pedofilia e prostituição de crianças. No país, crimes sexuais contra crianças possuem uma pena máxima de 15 anos.
No entanto, Medlin já foi condenado em 2006 e 2008 nos EUA por crimes sexuais contra crianças e é registrado como um criminoso sexual no estado de Nevada, como mostra o site Decrypt.
Porém, o acusado pode ser extraditado para os EUA para responder sobre acusações de fraude financeira em larga escala.
Ligação com pirâmide de Bitcoin
Medlin já estava sedo investigado pelo FBI antes da sua prisão. Ele é acusado de ser um dos líderes de um esquema de pirâmide que utiliza o Bitcoin para atrair suas vítimas. O BitClub, que tem uma estrutura bem tradicional em esquemas ponzi, é acusado de ter arrecadado US$ 722 milhões de investidores.
Conhecida como BitClub Network, o esquema Ponzi prometia renda passiva e garantida com a mineração em nuvem. O esquema foi sustentado até dezembro de 2019, quando quatro dos membros fundadores foram presos por crime de fraude.
A ideia era vender “cotas” de mineração em nuvem para investidores. O lucro da mineração então era repassado para os clientes, sempre prometendo muitos ganhos, principalmente para aqueles que formavam redes e indicassem outros investidores.
Os líderes do grupo foram citados chamando os clientes de idiotas e de ovelhas.
Os quatro foram condenados a tempo de prisão de até 20 anos por fraude eletrônica e conspiração, 5 anos por venda ilegal de títulos e multa de US$ 250 mil. Na época da condenação um quinto acusado foi indiciado, mas o seu nome não foi revelado para não atrapalhar as investigações, já que ele estava foragido.
É bem possível que essa quinta pessoa seja Medlin e que a sua extradição aos EUA pode significar a mesma condenação que os seus companheiros de crime financeiro, o que com certeza é melhor do que os poucos anos que poderia enfrentar na Indonésia.