Maior fundo de pensão do mundo quer investir em Bitcoin

Embora esteja em uma fase extremamente inicial, sendo um pedido para iniciar pesquisas, a citação do bitcoin ao lado de ativos já consagrados como ouro e terras agrícolas mostra que a maior criptomoeda do mercado está ganhando cada vez mais notoriedade no mercado tradicional.

O Fundo de Investimento de Pensões do Governo do Japão (GPIF, na sigla inglesa) está querendo investir em Bitcoin (BTC). Por ser o maior fundo de pensão do mundo, a menção do Bitcoin em um documento oficial publicado nesta terça-feira (19) chamou atenção da comunidade.

Embora esteja em uma fase extremamente inicial, sendo um pedido para iniciar pesquisas, a citação do bitcoin ao lado de ativos já consagrados como ouro e terras agrícolas mostra que a maior criptomoeda do mercado está ganhando cada vez mais notoriedade no mercado tradicional.

Um dos principais motivos que pode ter acelerado essa visão mundial sobre a criptomoeda foi a aprovação dos ETFs nos EUA, que ajudaram a legitimar o investimento. Lançados há pouco mais de dois meses, o sucesso dos ETFs surpreenderam tanto especialistas de Wall Street quanto do mercado cripto.

GPIF, maior fundo de pensão do mundo, quer investir em Bitcoin

Segundo dados do próprio GPIF, hoje o fundo pensionista japonês administra mais de 224 trilhões de ienes (R$ 7,4 trilhões), divididos entre títulos e ações, nacionais e internacionais. Desde 2001, seus lucros anuais estão com uma média de 3,99%.

Alocações do maior fundo de pensão do mundo, o GPIF. Fonte: Reprodução.
Alocações do maior fundo de pensão do mundo, o GPIF. Fonte: Reprodução.

Já em documento publicado nesta terça-feira (19), o fundo citou três ideias em seu plano anual. Enquanto uma delas é voltada a ESG e a outra a governos e empresas, a terceira pode se encaixar com os benefícios oferecidos pelo Bitcoin.

“Para responder à flutuação econômica e social e ao rápido desenvolvimento da tecnologia, estabelecemos um projeto sobre a teoria da combinação de ativos políticos e uma estratégia de investimento inovadora baseada numa perspectiva de longo prazo.”

Também nesta semana, o banco britânico Standard Chartered citou que as sanções americanas sobre a Rússia podem abrir as portas para o Bitcoin ser visto como um ativo mundial e anti-censura.

Voltando ao GPIF, o fundo solicitou “informações básicas sobre ativos de iliquidez diferentes daqueles atualmente considerados pela corporação como ativos sob gestão”, citando que o GPIF atualmente investe em títulos nacionais e ações.

“Por exemplo, informações básicas sobre florestas, terras agrícolas, ouro, criptoativos (bitcoin, etc.) como investimento, filosofia de investimento, como incorporá-los na carteira de fundos de pensão.”

Menção do Bitcoin pelo GPIF em documento publicado nesta terça-feira (19). Reprodução.
Menção do Bitcoin pelo GPIF em documento publicado nesta terça-feira (19). Reprodução.

Em comparação, o GPIF possui R$ 7,4 trilhões em ativos sob gerência, já a BlackRock, responsável pelo ETF de Bitcoin de maior sucesso do mundo, administra R$ 46 trilhões. Portanto, poderíamos esperar uma compra de 38.300 bitcoins (R$ 12,5 bilhões) caso o GPIF siga as atuais proporções da gestora americana, que já detém 1 a cada 100 bitcoins de todo o mundo.

Banco Central do Japão aumenta taxa de juros após 17 anos

Outra notícia relacionada ao Japão foi o aumento da taxa de juros pelo Banco Central nesta terça-feira (19) após 17 anos, sendo os últimos 8 com juros negativos. A medida é uma tentativa de controlar a inflação, mas também de proteger a desvalorização do iene.

Apesar disso, a moeda japonesa opera em baixa após a decisão, sendo novamente negociada na razão de 150 para 1 contra o dólar americano. Segundo especialistas, a queda está relacionada a diferença ainda gigante entre as taxas de juros do Japão e dos EUA, entre zero a 0,1% e entre e 5,25% a 5,5%, respectivamente.

Por fim, esse cenário macroeconômico foi um dos principais motivos para a queda do Bitcoin nesta semana, mas não foi o único. Ganância extrema e excessos do mercado também contribuíram para a queda.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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