Algo em que o Brasil ainda não é destaque é o acesso bancário, principalmente por comunidades carentes. Com isso, uma espécie de moeda social eletrônica vê oportunidades de adoção no Espírito Santo (ES).
Algumas comunidades, isoladas pelos governantes, dependem de iniciativas populares para se manter ligadas ao mundo. Dessa forma, a Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo) do Espírito Santo fechou uma parceria com nove bancos comunitários para melhorar este cenário.
Serão seis municípios do estado afetados pela parceria, que visa envolver comunidades carentes no sistema financeiro. Uma curiosidade é que este envolvimento não leva as pessoas para o sistema financeiro tradicional, mas sim para uma iniciativa paralela.
Moeda social eletrônica concorre com Real em municípios do Espírito Santo (ES)
Primeiramente, o Real é uma divisa regulamentada pelo Banco Central do Brasil, com impressão na Casa da Moeda. Este processo leva para a população brasileira um produto para consumo, uma vez que a função da moeda é facilitar e desenvolver o comércio e economia.
Em segundo lugar, o Real é facilmente disponível em capitais e cidades desenvolvidas. Contudo, não chega fácil em populações carentes e rurais, deixando uma vasta gama da população sem acesso ao sistema financeiro. Isso é mais preocupante quando o dinheiro digital é colocado em destaque, uma vez que muitos locais nem acesso à internet possuem.
Dessa forma, mesmo com o Real sendo de curso forçado, alguns comerciantes do país podem não aceitar a moeda. Em comunidades carentes, cada vez mais soluções de bancos comunitários ganham espaço.
O principal exemplo no Brasil hoje é o do Banco Maré. Ao criar um banco comunitário em uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, o Banco Maré criou a moeda palafita. Esta pode ser considerada uma concorrente do Real, uma vez que é preferida dentro da favela da maré ao invés do Real. Uma palafita (PLFS) é o equivalente a um real, de acordo com informações do banco.
Com toda essa inovação em alta, o Espírito Santo anunciou uma parceria com nove bancos comunitários. Presente em seis municípios do estado, a iniciativa estadual promete que irá ajudar na inclusão financeira da população carente.
Moeda Social digital e-dinheiro é nova solução intermediária
O governo do Espírito Santo anunciou que irá disponibilizar R$ 1.350 milhões para os nove bancos comunitários. Com isso, cada um terá R$ 150 mil para realizar empréstimos para suas comunidades alvo. Serão seis municípios afetados de acordo com nota do governo, sendo três unidades apenas em Serra-ES.
Cada empréstimo deverá ser entre R$ 400 e R$ 2 mil, por pessoa em cada banco. A taxa de juros cobrada por empréstimo será entre 1 e 3%, variando de banco para banco. Além disso, a carência para pagamento poderá ser de até 12 meses.
Para isso, foi anunciada uma adesão ao sistema da Moeda Social Eletrônica e-dinheiro. A população poderá, com essa moeda, pegar empréstimo com finalidade de crédito produtivo, habitacional e de empreendimentos.
O financiamento será apenas com uso desta moeda digital, criada pelo Instituto E-dinheiro Brasil. Ou seja, uma nova empresa, emissora de dinheiro, praticamente foi validada com apoio de um governo estadual, mostrando que o Real é uma moeda que não possui condições de chegar a todos os brasileiros.
O real, por exemplo, é uma moeda que perde muito valor no decorrer do tempo, com alta inflação. Além disso, tem se mostrado ruim ao longo de sua existência, principalmente ao não alcançar toda a população.
Em resumo, o caminho do Brasil para transações digitais já começou em comunidades carentes, que poderiam se beneficiar ainda mais com a tecnologia blockchain e de moedas como o Bitcoin. O Bitcoin é uma moeda sem fronteiras, que funciona em qualquer país, usando apenas a internet.
A reportagem do Livecoins entrou em contato com o governo do Espírito Santo para entender mais sobre a tecnologia desta moeda social eletrônica e sua aplicação no estado, mas não obteve resposta até o fechamento desta.