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Negociação de criptomoedas cresceu 630% na Bolívia, diz Banco Central

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O Banco Central da Bolívia publicou um relatório nesta sexta-feira (27) apontando que a negociação de criptomoedas cresceu 630% em relação ao ano passado, saindo de US$ 46,5 milhões no primeiro semestre de 2024 para US$ 294 milhões no mesmo período de 2025.

O país sul-americano passa por uma forte crise. Como exemplo, até mesmo o governo está sem dólares para importar energia, precisando recorrer às criptomoedas para importar combustíveis.

O crescimento no volume também está ligado à Resolução de Diretoria n.º 082/2024 que, desde junho de 2024, autorizou operações com criptomoedas no país, incluindo pagamentos.

Bolívia vê crescimento no uso de criptomoedas

A Bolívia usa a prática de câmbio fixo em sua moeda, o boliviano (BOB). No entanto, o dólar paralelo disparou no país devido à crise e sua moeda é negociada por cerca de metade de seu valor esperado.

O problema é tão grande que comerciantes começaram a usar a stablecoin Tether (USDT) para precificar produtos em suas prateleiras. A estratégia visa obter a cotação real do BOB.

Já nesta sexta-feira (27), o Banco Central da Bolívia publicou um relatório revelando um crescimento de 630% na negociação de criptomoedas. Como pode ser observado no gráfico abaixo, a adoção cresce mês a mês.

Crescimento na negociação de criptomoedas na Bolívia. Fonte: Banco Central da Bolívia.

“Esse desempenho notável evidencia o amplo uso desses valores digitais no país, refletindo a efetividade das políticas do [Banco Central da Bolívia] no objetivo de gerar alternativas para que os bolivianos possam continuar realizando suas transações com moedas estrangeiras (remessas, compras de pequeno valor e pagamentos, entre outros), em benefício de micro e pequenos empreendedores de todos os setores e das famílias em geral.”

Outra estatística aponta que 86% desse volume está ligado a pessoas físicas e, portanto, somente 14% a pessoas jurídicas. Homens lideram as negociações, representando 77% do total.

Pessoas físicas e público masculino dominam a negociação de criptomoedas na Bolívia. Fonte: Banco Central da Bolívia.

Banco Central da Bolívia está educando seus cidadãos

Finalizando seu relatório, o Banco Central da Bolívia diz ter intensificado seu Plano de Educação Econômica e Financeira. O objetivo é educar a população sobre as características e riscos das criptomoedas, que podem ser uma classe de ativo nova para algumas pessoas e empresas.

Além disso, o Banco também afirmar estar seguindo as recomendações da GAFILAT (Grupo de Ação Financeira da América Latina) para criar uma legislação robusta.

Por fim, embora as criptomoedas resolvam parte dos problemas na Bolívia, a adoção de stablecoins acaba enfraquecendo ainda mais a sua própria moeda local. Portanto, isso pode gerar novos desafios para o BCB no futuro.

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Henrique HK

Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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Henrique HK