O que é metaverso? Entenda por que ele é importante

Não. O metaverso não foi inventado por Mark Zuckerberg.

Apesar das pesquisas sobre o metaverso estarem totalmente em alta nos últimos meses, o termo é antigo e muito provavelmente você já teve alguma interação com ele.

A principal dificuldade para descrever esse universo está no fato de que ele ainda não existe — mas as gigantes de tecnologia estão investindo pesado para que isso mude em pouco tempo.

Alguns futuristas o definem como Web 3.0, da qual conectará pessoas com informações, pessoas, informações, lugares e coisas, tudo ao mesmo tempo.

Substitua mentalmente a frase “o metaverso” em uma frase por “ciberespaço”. Em noventa por cento das vezes, o significado não mudará substancialmente.

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O que é?

É uma combinação de vários elementos de tecnologia, incluindo realidade virtual, realidade aumentada e vídeo, onde os usuários “vivem” dentro de um universo digital.

De todo modo, não há uma explicação definitiva para a palavra.

Podemos resumir essa nova tecnologia como:

  • Universo totalmente virtual.
  • Esse mundo será criado a partir de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais, criptomoedas…
  • As pessoas irão interagir entre si por meio de avatares digitais.

O gráfico abaixo ilustra as sete camadas daquilo que o Metaverso carrega.

A ideia é que o metaverso seja uma espécie de Internet 3D, onde comunicação, diversão e negócios existirão de forma imersiva.

Em outras palavras: haverá senso de presença individual e com continuidade do mundo físico, como identidade, história, direitos, objetos, comunicações e pagamentos.

Ele, assim como a internet, a internet móvel e o processo de eletrificação, é uma rede de experiências e aplicativos interconectados, dispositivos e produtos, ferramentas e infraestrutura.

Pode parecer loucura e uma tremenda piada, mas lembre-se que grandes sucessos comuns do dia-a-dia, como a internet ou até mesmo a luz elétrica, foram fortemente satirizadas em seu início!

Como surgiu?

  • A criação do termo metaverso é atribuída a Neal Stephenson.
  • A primeira citação sobre a nova realidade veio no seu livro, chamado Snow Crash (Publicado no Brasil como Snow Crash e Nevasca), em 1992.

Neal Stephenson trabalhou como consultor da Blue Origin, empresa de astronáutica de Jeff Bezos, desde sua fundação até 2006. Atualmente, trabalha como “futurista chefe” da empresa de realidade virtual Magic Leap.

Além disso, o jogo Second Life, lançado em 2003 é um exemplo claro de uma proposta de metaverso.

O jogo, que caiu no esquecimento no final dos anos 2000, já apresentava conceitos muito semelhantes à nova proposta. Como, por exemplo: oferecer aos jogadores um espaço virtual interativo, com avatares personalizados, onde os jogadores poderiam socializar e se engajar em diversas atividades.

O Metaverso vs. Realidade Virtual

  1. A realidade virtual está bem definida, o metaverso não: ainda não há real definição para o metaverso, nem mesmo como realmente será sua “versão final”.
  2. O metaverso não se limita á realidade virtual: é essencial entender que ele estará acessível tanto por dispositivos de realidade aumentada quanto por qualquer dispositivo que você já usa para se conectar à internet.
  3. O metaverso Inclui um mundo virtual compartilhado: a realidade virtual restringe-se aos “fones de ouvido”. No metaverso, os usuários poderão acessar via internet e interagir.
  4. O potencial de utilidade do metaverso é muito maior do que a realidade virtual: a realidade virtual é usada para educação, terapia e esportes — apesar de alguns julgarem que é só para entretenimento. A diferença, o metaverso soa muito mais como uma versão nova e aprimorada da internet.

Expectativas futuras dos usuários que já estão mergulhados na inovação:

  • Ambientes virtuais em 3D com links para compras do mundo real.
  • Sistemas que possam gerar lucro com itens virtuais, como games, terrenos ou NFTs (Non-fungible Tokens ou Tokens Não Fungíveis, em tradução).

  • Suporte para a criação de itens e ambientes virtuais próprios.
  • Avatares personalizáveis e customizáveis.
  • Interações sociais em tempo real e 3D, sejam eles jogos ou eventos.

Indo além do óbvio…

Já pensou como o metaverso afetará a logística do nosso dia a dia?

Já pensou como locais muito populares, como shopping e os parques da Disney podem perder a relevância? Já pensou em como uma empresa poderá melhorar a experiência de compras, mostrando um produto em 360 graus para seus clientes? Já pensou que as pessoas poderão ficar mais sedentárias? Já pensou quantas profissões serão totalmente obsoletas e desnecessárias? Já pensou que pode ser que menos carros sejam vendidos e usados? Já pensou em como um cirurgia médica poderá ser “treinada” antes para melhorar a assertividade? Já pensou como pode afetar o consumo de petróleo no planeta?

(…)

É difícil imaginar essa reviravolta em toda sociedade. De fato, parece impossível ou algo extremamente distante, coisa para daqui a 100 anos. Porém, temos que ser céticos e abraçar que o comportamento humano está mudando em uma velocidade nunca antes imaginada.

Exemplo claro é o atual momento do qual vivemos: o que poderia ter mudado mais rapidamente a forma de convívio social, trabalho — e inúmeros outros — do que o COVID-19 e a pandemia?

É um pouco como compras online. Milhões de consumidores conhecem o serviço há anos, mas se recusavam a experimentá-lo por acreditar que, se não pegassem seus próprios mantimentos, chegariam estragados, danificados ou inaceitáveis. E bom, o resultado disso nós já sabemos.

A geração do iPad — Z e Alpha — cresceram com expectativas, comportamentos e formatos sociais muito diferentes dos anteriores.

As gerações X, Y, Z e Alpha e suas características | Qual a sua geração?

Quais empresas já estão na tecnologia?

Algumas das maiores empresas do mundo já enxergaram o metaverso e estão investindo pesado no setor.

Como alguns exemplos de grandes cases, temos:

♦  Microsoft

  • Já usa hologramas em suas apresentações, eventos e algumas reuniões.
  • Está desenvolvendo aplicativos de realidade mista e estendida (XR).
  • Ela usa sua plataforma Microsoft Mesh, que combina o mundo real com realidade aumentada e realidade virtual.
  • Segundo relatou na Microsoft Teams em 2022, está com fortes planos para trazer realidade mista para vida de todos, pretendendo investir em espaços virtuais 3D interligados exploráveis ​​para varejo e locais de trabalho.

Para a Microsoft a ideia de que a internet é um “lugar” se tornou, de certa forma, realidade.

 

♦  Nvidia

  • Chamam seu metaverso de Nvidia Omniverse.
  • A plataforma, que já funciona e está em crescente adoção por indústrias de design visual, conecta o mundo 3D em um universo virtual compartilhado.
  • O objetivo é dar liberdade para designers, artistas, engenheiros e revisores de trabalharem em tempo real em aplicações de software em um mundo virtual compartilhado.

 

  Apple

  • Planeja substituir iPhones com realidade aumentada nos próximos 10 anos.
  • Ming-Chi Kuo, analista e especialista em assuntos da marca, afirmou que o primeiro lançamento da companhia na área acontecerá no ano que vem: um óculos de realidade aumentada.

  • O dispositivo deve funcionar de forma independente. Ou seja, sem ficar preso necessariamente ao sistema da Apple, como o iphone ou macbook são.

 

♦  Roblox

  • Fundada em 2004, abriga dezenas de jogos gerados por usuários, incluindo os de RPG e NFTs.
  • O objetivo da Roblox Company é criar um universo virtual em que os usuários possam realmente fazer qualquer coisa com que sonharem.
  • Já realizou alguns eventos notáveis ​​no jogo apoiando os lançamentos dos sucessos de bilheteria Ready Player One , Spider-Man: Homecoming e Star Wars: Rise of Skywalker.
  • Recentemente, se associou à Vans, uma famosa empresa de calçados para skate Vans. O objetivo é criar a Vans World, um parque de skate virtual onde os jogadores podem se vestir com roupas novas da Vans.

Embora as experiências compartilhadas no metaverso hoje sejam sobre como fazer coisas divertidas juntas, no futuro elas serão literalmente tudo que as pessoas podem fazer juntas na vida real: aprender juntas, brincar juntas ou trabalhar juntas.” disse Manuel Bronstein, diretor de produto da empresa.

Em outras palavras, a Roblox está trabalhando para que seja possível substituir — total ou parcialmente — o local de trabalho, a sala de aula, o pub e o clube de tênis… combinando todos em um só local!

 

♦  Meta — antigo Facebook

  • Ainda em 2017, fez investimentos significativos em realidade virtual, incluindo a aquisição da Oculus.
  • Através do óculos VR (oculus VR), a empresa busca criar um mundo virtual onde as pessoas podem construir avatares e se conectarem em qualquer parte do mundo.

Facebook lança Oculus Quest, novo aparelho de realidade virtual | Realidade Virtual | TechTudo

  • Outro exemplo é o lançamento da Horizons Workroom, que funciona como um espaço de reuniões virtual onde os avatares podem interagir entre si, criando um espaço colaborativo como e as pessoas estivessem no mesmo lugar.

O visionário Mark Zuckerberg está otimista quanto a nova tecnologia, acreditando que ele poderia substituir a Internet como a conhecemos. Segundo ele:

A próxima plataforma e meio será ainda mais imersiva e incorporada à Internet, onde você está na experiência, não apenas olhando para ela, e chamamos isso de metaverso“.

Quais criptomoedas são ligadas ao metaverso?

Já existem algumas. Em geral, as mais conhecidas buscam ambientes virtuais para interação e jogos envolvendo o uso de criptoativos.

Alguns exemplos são:

  • Decentraland (MANA): o projeto permite criar espaços, se conectar com pessoas e comercializar ativos iguais aos que existem no mundo físico. Aqui podem incluir prédios, terrenos, escritório, arenas de shows, entre outros.

MANA - Decentraland O Logotipo Do Emblema Do Dinheiro Ou Do Mercado Ilustração do Vetor - Ilustração de criptografia, tecnologia: 145756006

  • My Neighbor Alice (ALICE): é um jogo de construção multiplayer. Nele, qualquer um pode construir e possuir ilhas virtuais, além de coletar e construir itens e fazer novos amigos. A ideia é fazer com que tanto investidores quanto jogadores convencionais socializem no mesmo espaço, dando a eles a opção de jogar de forma gratuita.

My Neighbor Alice no Steam

  • Multiverse (AI): os usuários podem criar seu próprio mundo — entende-se: planeta. O token AI serve para financiar a construção do seu próprio mundo neste metaverso.

Empowering People to Build and Deploy Decentralized AI Applications with Multiverse™ Developer Ecosystem - SuperCryptoNews

 

  • Enjin Coin (ENJ): ele permite aos desenvolvedores fazer e gerir ativos virtuais no blockchain. O token ENJ é utilizado para criar itens em ambientes de jogos eletrônicos e para negociação dentro de um ambiente virtual. Além disso, foi pioneiro ao permitir que desenvolvedores e marcas criem seus próprios NFTs.

Enjin Price Analysis: Is It The Right Time To Buy The Discounted ENJ Coin Prices?

O futuro do metaverso

Provavelmente ainda vão se passar décadas até a funcionalidade total do metaverso ser alcançada.

Apesar de ainda estar na sua infância, a Bloomberg Intelligence, o braço de pesquisas do conglomerado Bloomberg, calculou, em julho, que poderá ser um mercado de US$ 800 bilhões já em 2024.

É importante olhar de uma maneira mais ampla e perceber que, além das possibilidades de interação social e trabalho, as mudanças que o metaverso traz também apresentam potencial para mudar todo comportamento humano.

Parafraseando o Matthew Ball, sócio e gerente da empresa de Venture Capital Epyllion Industries, “No momento, estamos no limite da próxima Internet”.

Em breve veremos quais empresas serão os protagonistas do setor, mas até então sabemos de uma coisa com certeza: o metaverso veio para ficar.

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Mayara Souza
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Devoradora de livros e amante do conhecimento. Aqui tem economia, empreendedorismo, tecnologia, investimentos, liberdade e um pouco besteiras: séria mas nem tanto!

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