O Título do Tesouro EUA derrubou o Bitcoin?

A taxa no Treasury de 10 anos saltou de 1,13% para 1,50% ao ano em duas semanas.

Títulos do Tesouro norte-americano, ou Treasuries, são negociados diariamente em bolsas de valores. Com 21 trilhões de valor em circulação, giram mais de 11 trilhões de dólares por mês.

Não bastasse este volume, por conta de sua estabilidade e segurança, é a principal reserva dos países, bancos e empresas. China e Japão detém mais de US$ 2,3 trilhões desses papéis. O Brasil fica entre os 10 maiores, com US$ 258 bilhões nas mãos de nosso governo.

Quanto rendem estes títulos?

No momento, pouco, ou quase nada. Os títulos com vencimento em 5 anos pagam 0,73% ao ano, enquanto aqueles que vencem em 10 anos pagam 1,40%. Para piorar, a inflação projetada nos EUA fica acima de 2%, logo o rendimento líquido é negativo.

Para efeito de comparação, os títulos de dívida do banco Wells Fargo pagam o dobro, cerca de 1,50% ao ano para contratos de 5 anos.

Qual a relação com os demais mercados?

No momento, não dá para “viver de juros”, em quase nenhum país, especialmente as maiores potências. Isso porque os governos cortaram as taxas para estimular as economias, justamente para forçar as empresas e os poupadores a investir.

A estratégia, embora boa no papel, na prática não funciona. As empresas conseguem captar dinheiro com um custo muito baixo e o utilizam para engordar as contas bancárias, quitando dívidas mais caras. Enquanto isso, os poupadores optam por comprar ações, imóveis e qualquer ativo com retorno potencial acima da inflação.

Em suma, Q Quando o oposto ocorre, é hora de buscar risco, pois ficar em títulos do tesouro não é rentável.

O que aconteceu com esses títulos?

A taxa no Treasury de 10 anos saltou de 1,13% para 1,50% ao ano em duas semanas. Quando ocorre uma expectativa de inflação, o mercado prontamente ajusta a taxa para cima, pois há muita gente querendo vender o ativo. Quanto maior a inflação, menor o ganho líquido.

Com isso, quem estava “no lucro” em ações de empresas, ouro, e Bitcoin, realizou os ganhos para aproveitar as taxas melhores na renda fixa. Ou seja, o Treasury é o “colchão de segurança” dos investidores, onde estacionam o dinheiro quando há um receio de piora na economia.

Em suma, o Treasury dita o ritmo do mundo, causando a queda de 17% do Bitcoin em dólar, além ações de tecnologia nos EUA, que cederam 5,7%, e a bolsa de Hong Kong, em baixa de 5,4%. Nem mesmo o ouro conseguiu evitar a queda, atingindo sua menor cotação em 8 meses.

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Marcel Pechman
Marcel Pechman
Marcel Pechman é trader e analista de criptomoedas desde 2017. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Além de YouTuber em seu canal RadarBTC, foi reconhecido em diversas premiações como um dos maiores interlocutores do Bitcoin do país. Maximalista convicto, acredita na falência da moeda fiduciária, aquela emitida por governos.

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