Logomarca do Itaú na fachada de banco comercial brasileiro
O Itaú BBA, banco de investimento e atacado do Itaú, maior banco da América Latina, está atuando como assessor financeiro em uma transação para criação de uma nova empresa com foco exclusivo na acumulação de Bitcoin.
O projeto pretende seguir os passos da Strategy (antiga MicroStrategy), se tornando a primeira companhia listada da região com essa estratégia.
Segundo documento visto pelo Livecoins, a empresa se chamará Oranje. Na sua liderança aparecem nomes como Guilherme Gomes, ex-Swan Bitcoin, como fundador e CEO, bem como Guilherme Ferreira, presidente da Bahema, como co-fundador e diretor financeiro.
A apresentação mostra que os executivos da Oranje planejaram seu futuro em três etapas.
Nos primeiros três meses, a empresa pretende construir uma tesouraria de Bitcoin, criar reconhecimento de marca e se preparar para listar suas ações na bolsa como a “primeira empresa da América Latina inteiramente dedicada ao Bitcoin”.
De início, a Oranje planeja investir US$ 210 milhões (R$ 1,2 bilhão) na criptomoeda.
No médio prazo, entre 2 a 5 anos, a empresa visa acelerar a acumulação de Bitcoin, expandir o impacto da marca e focar na geração de receita.
Por fim, após esse período, os executivos pretendem aumentar o “Bitcoin por ação”, ter fontes diversas de receita e uma criação sustentável de valor.
Os mesmos termos foram apresentados recentemente pela Twenty One Capital, uma empresa fundada pela Tether, BitFinex, Cantor e SoftBank nos EUA nesta semana com o mesmo intuito.
Além de Guilherme Gomes e Guilherme Ferreira, a Oranje também apresenta outros nomes famosos em seu board, incluindo Eric Weiss, executivo que apresentou o Bitcoin para Michael Saylor, Fernando Ulrich, pioneiro do Bitcoin no Brasil, e Josh Levine, ex-Bridgewater.
Empresas como Itaú BBA, Pinheiro Neto Advogados, Pillsbury e uma das quatro grandes empresas de auditoria (referência a Deloitte, EY, KPMG ou PwC) também são citadas como prestados de serviços da Oranje.
Dentre os motivos citados na criação da empresa está a oportunidade de mercado que o Bitcoin oferece. Segundo o documento, a adoção global ainda está em somente 3%, mesmo com o BTC já sendo um ativo de US$ 2 trilhões, o quinto maior do mundo.
Outros pontos mencionados é a mudança no humor regulatório após a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, bem como a adoção da estratégia da Strategy por outras empresas dentro e fora do solo americano.
“O Padrão Bitcoin está redefinindo a estratégia de tesouraria corporativa”, aponta o documento da Oranje e do Itaú visto pelo Livecoins.
Outra oportunidade citada é ser a primeira empresa da América Latina focada na acumulação de Bitcoin. Embora o Brasil já tenha ETFs, o texto aponta que investidores teriam benefícios fiscais e de custos contra esses fundos ao comprarem suas ações.
Assim como a Strategy, a empresa brasileira pretende levantar capital através da emissão de dívidas, venda de ações e outras estratégias. A Oranje projeta um rendimento em Bitcoin de 45% para o Bitcoin já em seu primeiro ano.
Atualização – 24/04/2025
Após a publicação, a assessoria do Itaú BBA informou ao Livecoins que o banco atua apenas como assessor financeiro em uma transação relacionada à Oranje BTC, e que não possui relação direta com a empresa, nem com sua área de ativos digitais.
Devido à natureza confidencial da operação, o Itaú declarou que não poderá comentar o caso.
O título foi alterado.
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