No meio de tantas notícias negativas sobre os efeitos do coronavírus nas finanças globais, o economista Vernon Lomax Smith, agraciado com o prêmio Nobel de economia de 2002, fez uma análise otimista sobre o futuro pós-pandemia.
Em um texto publicado nesta segunda-feira (6) no The Wall Street Journal, Smith escreveu que o Covid-19, apesar de todos os transtornos causados no mundo todo, também deve trazer “bênçãos econômicas”.
“As pessoas estão preocupadas com os efeitos em longo prazo da pandemia do Covid-19 na economia. Nem tudo, no entanto, são más notícias. Tente aproveitar ao máximo essa rara oportunidade para observar eventos extremamente incomuns que se desenrolam em tempo real. Há bênçãos econômicas a serem contadas”, disse.
O que seriam essas as bênçãos econômicas?
De acordo com Smith, o lado positivo da pandemia é que a economia e a forma de consumo estão se “renovando”.
Apesar de muitos segmentos registrarem quedas acentuadas no meio da pandemia, disse, outros setores estão conseguindo tirar proveito do cenário.
Tanto nos Estados Unidos como no Brasil, por exemplo, supermercado, saúde, beleza e perfumaria estão em alta, puxados principalmente pelo comércio eletrônico e pelas plataformas de delivery.
“À medida que a crise se desenrola, não pense em declínio nos mercados de trabalho e produto. Prefiro pensar em rotatividade, crescimento e sobrevivência que está acontecendo”, disse.
Coronavírus dará espaço para novos negócios
Segundo o prêmio Nobel de economia, essa suposta renovação causada pelo Covid-19 deve acelerar o declínio de empresas, produtos e serviços que estavam perdendo espaço mesmo antes da pandemia. Por outro lado, falou, dará espaço para novos tipos de negócios e produtos.
“As pessoas perguntam quanto custará três meses de quarentena. Talvez isso acelere o declínio de empresas e produtos que já estão sob pressão competitiva, como lojas de departamentos tradicionais e cinemas. A queda acelerada, no entanto, será equiparado ao crescimento de pedidos por correio, entrega, delivery e outros serviços relacionados”, disse.
Não se desespere, pois a crise passará
No texto publicado no jornal norte-americano, o economista também falou sobre as companhias áreas e hotéis, dois dos setores que mais sofrem por causa da falta de circulação das pessoas.
Ele disse que, apesar de as empresas desses dois setores estarem “sofrendo”, o declínio delas não será sentido em longo prazo. Isso porque, falou, assim que vacinas e medicamentos forem desenvolvidos as pessoas voltarão a alugar quartos e viajar.
“Portanto, não se desespere. Esta crise econômica passará, e passará rapidamente, especialmente se o choque financeiro for reduzido por alívio fiscal e monetário”, escreveu.