Na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Ciudad del Este, as autoridades encerraram uma operação de mineração de criptomoedas supostamente criminosa, que pode ter causado um rombo de milhares de dólares em roubo de energia.
As informações foram publicadas pelo Ministério Público local, que realizou a batida na noite da última quarta-feira (12). Como o local estava trancado, agentes arrombaram as portas para ter acesso ao galpão.
No estabelecimento que não contava com registro de operações de criptomoedas foram encontradas ligadas diversas máquinas em pleno funcionamento.
Ministério Público do Paraguai diz que galpão de mineração de criptomoedas causou prejuízo de mais de R$ 1 milhão
As investigações contra o local suspeito começaram após uma sinalização da Administración Nacional de Electricidad (ANDE), que detectou um alto consumo de energia no local.
O agente fiscal Júlio Paredes Duarte, da Unidade Especializada em atos puníveis contra a propriedade intelectual, o erário e o contrabando, foi o responsável pelo cumprimento do mandado.
As estimativas da ANDE indicam que o local vinha sendo utilizado há pelo menos um ano, consumindo energia roubada de forma ininterrupta. Não foi informado pelas autoridades se alguém foi preso por ligações com o galpão.
De qualquer forma, tudo indica que as atividades de furto de energia causaram um dano superior a R$ 1 milhão desde 2022, afetando a distribuição local. O representante do Ministério Público determinou a paralisação imediata das atividades naquele local. Nesse sentido, todas as provas relacionadas ao fato foram apreendidas.
Advogado disse que galpão é da empresa Zuny SRL
No momento em que os agentes paraguaios cumpriam os mandados contra o galpão misterioso de mineração de criptomoedas, um advogado chegou no local.
Segundo ele, o local pertence a empresa Zuni SRL, e ele assumiu a responsabilidade no momento. Em consulta pela ANDE, ficou confirmado que a empresa tem um vínculo de fatura de energia, e a situação segue apuração.
Nos últimos meses, em países da América Latina, várias instalações clandestinas de mineração de bitcoin e outras criptomoedas se viram em apuros. Isso porque, ao tentar operar abaixo do radar das autoridades, e às vezes com roubo de eletricidade, muitos galpões tiveram suas atividades cessadas abruptamente.
Vale lembrar que a estatal paraguaia de energia pediu um veto à lei das criptomoedas que tramitou no país em 2022, alegando ser contra legalizar a mineração no país. O Paraguai tem excesso de energia, devido a receber sua parte da Usina de Itaipu, e empresas do mercado cripto tinham intenção de se instalar no país para utilizar o recurso. Contudo, o projeto falhou e o Paraguai não tem demonstrado interesse em adotar as empresas ainda.
