Os crimes de ransomware estão em plena ascensão durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil e no mundo. Dessa forma, a PC de Santa Catarina deflagrou a operação Decrypt, prendendo dois hackers por suspeita de envolvimento nesses crimes.
Os ransomwares são considerados crimes de estelionato virtual, podendo entrar no artigo 171 do Código Penal. Para atacar vítimas, hackers criam códigos maliciosos e espalham pela internet, podendo ser via programas ou sites.
Ao realizar o download de um software infectado pelo malware, ou acessar um site malicioso, a vítima se expõe sem imaginar o que poderia acontecer. Ao realizar o download, por exemplo, os arquivos do computador podem ser criptografados (bloqueados), exigindo pagamento em criptomoedas, normalmente em Bitcoin.
Dupla de hackers é presa pela PC de Santa Catarina, que deflagrou operação “Decrypt”
Em junho de 2020, uma empresa da cidade de São José, na região metropolitana de Florianópolis, teve uma invasão hacker. O ataque, do tipo ransomware, criptografou todos os arquivos da empresa.
Após a infecção dos arquivos, os hackers entraram em contato com a empresa, pedindo Bitcoin como pagamento para liberar os arquivos bloqueados. Dessa forma, seria enviado a chave de decriptografia, liberando os arquivos presos.
A empresa, que não teve a identidade revelada, não entrou em negociação com os bandidos virtuais, e acionou a Polícia Civil de Santa Catarina. Em uma investigação, a PC de Santa Catarina encontrou rastros deixados pelos hackers, e cumprindo mandados judiciais, deflagrou na última sexta a Operação Decrypt.
De acordo com o delegado Luis Felipe Rosado, a ação ocorreu em São José e em Navegantes para cumprir dois mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça.
Os mandados foram cumpridos pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC). Os mandados foram cumpridos em conjunto com a DRE/DEIC, prendendo uma dupla de hackers e vários itens que estavam com eles.
Materiais apreendidos passarão por perícia para apurar envolvimento dos presos em crimes cibernéticos
De acordo com o Correio SC, o delegado que apura o caso, Luis Felipe Rosado, afirmou que os materiais apreendidos passarão por perícia. Dessa forma, será possível encontrar vestígios que ligam a dupla presa com os crimes que poderiam ter sido cometidos por eles.
Em divulgação, a PC de Santa Catarina apreendeu pelo menos dois notebooks e celulares dos investigados. Além disso, teriam sido apreendidos, pela Operação Decrypt, vários equipamentos dos suspeitos.
“As investigações apontaram para os locais onde foram cumpridas as buscas, tendo sido apreendidos equipamentos diversos”
Cabe o destaque que os ransomwares são um crime difícil de difícil resolução, porque os hackers normalmente se ocultam pela internet. A dupla de hackers presa poderá responder pelos crimes se ligações forem encontradas.
Em casos de infecção por ransomware, o recomendado por especialistas de segurança e autoridades policiais é que não seja pago o resgate. Isso porque, além de incentivar a prática criminosa, não há garantias que a chave seja liberada para as vítimas. Por fim, o cuidado com a navegação pela internet deve ser sempre feito com cautela, evitando o uso de softwares e sites sem verificar sua autenticidade.