PCDF e Interpol prendem quadrilha que operava Call Center de golpes com criptomoedas

Operação Difusão Vermelha deflagrada pela PCDF e Interpol buscou suspeitos de aplicar golpes no Brasil, Argentina, México e outros países latinos.

A Polícia Civil no Distrito Federal (PC-DF) atuou com a Interpol nesta terça-feira (7), ao deflagrar a Operação Difusão Vermelha, contra membros de uma quadrilha que aplicava golpes com criptomoedas pela internet.

Ao todo, a investigação apurou que seis integrantes da organização criminosa estavam na Europa. Durante a ação, a justiça brasileira expediu ordens de prisão preventiva contra os suspeitos que estavam em Lisboa, Portugal.

Só no Brasil, a quadrilha lesou pelo menos 945 pessoas, algumas que perderam o dinheiro de toda uma vida. Após denúncias e investigações, foi possível conhecer a identidade dos suspeitos.

Entrando para a história, PC-DF e Interpol encerra quadrilha de golpes pela internet com criptomoedas

A justiça brasileira nunca havia liberado para a Polícia Civil um pedido de inclusão de nome de suspeitos na lista vermelha da Interpol até hoje, principalmente com a organização criminosa ainda em funcionamento.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Erick Sallum, a ação é um marco no combate ao crime organizado e cibernético no Brasil. As informações são do Estadão.

O principal líder do esquema foi preso no Aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, pensando haver escapado do mandado de prisão. De acordo com a PC-DF, a polícia federal alemã agiu rapidamente e efetuou sua prisão.

Além dos mandados de prisão, a justiça determinou o bloqueio de contas bancárias dos suspeitos, assim como de contas em corretoras de criptomoedas, inclusive internacionais. Todos os sites vinculados ao crime devem ser derrubados, segundo determinação da justiça.

A ação da PC-DF visou desarticular apenas o braço da quadrilha em Lisboa. Como a quadrilha tem outros escritórios, em outros países, para aplicar golpes na Argentina, México e Chile, por exemplo, a investigação brasileira será encaminhada para a Interpol compartilhar com autoridades dos demais países com vítimas.

Call Center do crime cibernético

A quadrilha alvo da Operação Difusão Vermelha mantinha em Lisboa um call center com centenas de brasileiros que ligavam para as vítimas. Segundo o Estadão, as vítimas eram aconselhadas a investir em Day Trade e Forex, com o envio de sinais pelos supostos especialistas.

Contudo, ao aportar o dinheiro como instruído, as vítimas perdiam tudo. Ao buscar suporte, os atendentes tentavam convencer as vítimas a investir mais para reverter o prejuízo, mas o lucro nunca vinha. Alguns se endividaram em bancos e perderam tudo, embora não esteja claro quanto a fraude lucrou durante sua atuação no Brasil.

O esquema ainda gostava de se dizer inspirado no filme “O Lobo de Wall Street”, com os líderes buscando se parecer com Jordan Belfort. Todos os funcionários tinham de assistir ao filme para entender como a empresa funcionava e como eles deviam agir.

Para aparentar que mantinha um negócio sólido, a fraude criou sites para que investidores aportassem dinheiro. Entre eles, o Paxton Trade, Ipromarkets, Glastrox, 555 Markets, ZetaTraders, e outros mais.

Durante a ação dos criminosos de Portugal, eles utilizavam números para ligar para as vítimas com DDD 61, da área de Brasília. A PC-DF conseguiu investigar o caso ligando para suspeitos e a Polícia de Portugal também colaborou para encerrar a fraude.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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