Após o bloco 840.000, a recompensa por bloco será cortada pela metade, caindo dos atuais 6,25 para apenas 3,125 bitcoins. Embora isso também afete grandes mineradoras, é provável que as pequenas sofram mais com esse impacto.
Aproveitando tanto a valorização do Bitcoin quanto o aumento nas taxas de transação, algumas mineradoras estão buscando expansão antes do halving, criando uma pressão sobre seus concorrentes.
Afinal, ao contrário de outras commodities como o ouro, onde é possível obter uma extração maior de materiais com mais maquinário, o Bitcoin possui uma recompensa fixa. Ou seja, a expansão de uma mineradora significa que ela está tirando dinheiro de outras.
Grandes mineradoras apostam alto antes do halving
Conforme a indústria de mineração se tornou um setor extremamente competitivo, a mineração por hobby dos primeiros anos do Bitcoin, foi rapidamente substituída por grandes empresas. Muitas delas abriram capital e são negociadas em bolsas americana e canadense.
Hoje Marathon Digital e Riot Blockchain são as duas maiores, com um valor de mercado de US$ 3,45 e US$ 3,07 bilhões, respectivamente. Na sequência aparecem Hut 8, com US$ 2,09 bilhões, e CleanSpark com US$ 1,7 bilhão.
Para manterem suas posições, essas mineradoras precisam expandir a todo momento, bem como atualizar seus equipamentos. Aproveitando o bom momento do mercado, muitas delas estão investindo bilhões em novas máquinas.
A Riot, por exemplo, anunciou nesta segunda-feira (4) a compra de US$ 290,5 milhões (R$ 1,4 bilhão) em ASICs da MicroBT, modelo M66S. Com o novo maquinário, a mineradora aumentará seu poder computacional em 18 exahashes por segundo (EH/s).
Já a Marathon notou nesta terça-feira (5) que possui mais de US$ 800 milhões (R$ 3,9 bilhões) de dinheiro livre. Com a quantia, a mineradora planeja buscar oportunidades ligadas ao halving, ou seja, está mirando na aquisição de concorrentes pequenas.
“Antecipando o próximo halving da rede do Bitcoin, a Empresa continua criando liquidez no balanço para capitalizar oportunidades estratégicas, incluindo a consolidação da indústria.”
Assim como a Marathon, a CleanSpark afirmou estar “bem posicionada para o futuro” e procurando “aproveitar as oportunidades que o halving possa apresentar”. No total, a mineradora está com um balanço livre de US$ 170 milhões (R$ 833 milhões).
Uma que já está aproveitando oportunidades é a Hut 8. Na semana passada, a mineradora anunciou sua fusão com o U.S. Data Mining Group. “A empresa combinada é denominada “Hut 8 Corp.” (“New Hut”) e é uma entidade domiciliada nos EUA”, declarou a mineradora no comunicado.
Portanto, conforme o halving cortará a entrada de novos bitcoins pela metade para todas mineradoras, é possível que essas grandes tenham interesse em comprar algumas pequenas para continuar lutando nesse ambiente tão brutal.
Ações de mineradoras de Bitcoin dispararam em 2023
O aumento do uso da rede, tanto por transações de Bitcoin quanto NFTs, foi de grande ajuda para que mineradoras. Indo além, a alta de 165% do BTC desde janeiro também ajudou essa indústria.
Com consequência, as ações dessas mineradoras tiveram ganhos maiores que o próprio Bitcoin.
Em relação a janeiro, as ações da Marathon estão em alta de 356%. Riot Blockchain opera em alta de 341%. As ações da CleanSpark subiram 359%. Já a canadense Bitfarms valorizou 403% na bolsa. Também canadense, a Hut 8 viu seus papéis subirem 1.033%, mas vale lembrar que ela passou por uma fusão, com mencionado acima.
Por fim, embora seja uma indústria atrativa, vale lembrar que essas ações são mais voláteis que o próprio Bitcoin. Indo além, o halving também poderá ter um impacto nessas ações, cabendo acompanhar as estratégias de cada empresa.