Polícia Civil deflagra operação no DF após furto de carteira de criptomoedas

Criminoso comprou novo celular e pediu chip para operadora se passando por vítima, depois conseguiu acesso aos fundos e correu para liquidar tudo no mercado.

A Polícia Civil do Mato Grosso deflagrou, na madrugada desta terça-feira (17), a Operação Hefesto, contra um suspeito de roubar uma carteira de criptomoedas, operando da capital Distrito Federal (DF).

As investigações começaram após a vítima denunciar o caso para autoridades de combate a delitos pela internet. De acordo com informações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande, o principal suspeito é um jovem que mora na capital brasileira.

A decisão judicial da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande determinou ainda a quebra de sigilos bancário e telefônico e o bloqueio das criptomoedas.

Entenda em mais detalhes a nova operação que busca suspeito de furtar carteira de criptomoedas

A vítima relatou à Polícia Civil que, em setembro de 2024, teve sua carteira digital, armazenada em seu aparelho celular, invadida, resultando na transferência de criptomoedas equivalentes a R$ 48 mil. A Policia Civil não divulgou o nome da carteira.

De acordo com as investigações, no mesmo dia da transferência, a vítima recebeu uma notificação do Google informando sobre a alteração da senha de seu e-mail, além de um comunicado da corretora digital confirmando a movimentação das moedas virtuais. Ao buscar esclarecimentos junto à operadora de telefonia, descobriu que um indivíduo se passou por ela e, em uma loja da operadora, solicitou um novo chip, mantendo o número do aparelho da vítima.

As apurações revelaram que um dispositivo da marca iPhone acessou a carteira digital da vítima a partir de outro estado do país. Após uma série de diligências realizadas pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Várzea Grande, a equipe identificou o endereço do suspeito, localizado no Distrito Federal.

Segundo as investigações, o suspeito também era cliente da mesma plataforma de criptoativos usada pela vítima e, após realizar a transferência ilícita, executou diversas manobras para dificultar o rastreamento das transações. Não está totalmente claro se o roubo ocorreu em uma carteira ou corretora, mas o caso chama atenção por ser uma das primeiras operações do tipo.

O delegado responsável pelo caso, Alexandre Nazareth, informou que, além do furto, o investigado cometeu fraude eletrônica ao realizar múltiplas transações de compra, venda e revenda das criptomoedas, tentando encobrir o crime.

Imediatamente após subtrair as criptomoedas, o investigado realizou uma série de transações obscuras para diferentes carteiras e fazendo ainda a conversão de parte do que furtou em moeda fiduciária (dólar) para dar a aparência lícita à vantagem auferida criminosamente“, destacou o delegado.

Jovem suspeito proibido de negociar criptomoedas e abrir contas em corretoras e bancos

A Justiça determinou medidas cautelares rigorosas contra o investigado. Entre elas, chama atenção para a proibição de acessar carteiras virtuais de criptomoedas, a suspensão de negociações envolvendo ativos digitais, a vedação de abertura de contas bancárias e a obrigatoriedade de comparecimento ao juízo para justificar suas atividades. Caso as determinações sejam descumpridas, o investigado poderá ter a prisão preventiva decretada.

Ele foi conduzido à 21ª Delegacia do Distrito Federal, onde está sendo interrogado pelo delegado Alexandre Nazareth, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Várzea Grande. Durante a ação, foram apreendidos em sua posse uma CPU, um iPhone e um cartão bancário registrado em nome de outra pessoa.

Materiais apreendidos com suspeito de roubar carteira com criptomoedas, segundo PCMT
Materiais apreendidos com suspeito de roubar carteira com criptomoedas, segundo PCMT/Divulgação.

Colaboraram com a investigação o Laboratório Contra Lavagem de Dinheiro e a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos, ambos da Polícia Civil de Mato Grosso, além da 21ª Delegacia da Polícia Civil do Distrito Federal e o Laboratório de Operações Cibernéticas da Diretoria de Operações Integradas do Ministério da Justiça. Matéria com informações da Secom/MT.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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