A Polícia Federal no Brasil descobriu a movimentação em várias carteiras de criptomoedas de criminosos, suspeitos de enviar valores para fora do país.
Utilizando as moedas digitais para lavagem de dinheiro e evasão de divisas, os criminosos movimentaram bilhões de reais no Brasil. Na operação desta quinta-feira (15), batizada “Aluir”, a PF destaca o bloqueio de mais de 6 bilhões de reais.
Além disso, foram cumpridos 5 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão contra os principais integrantes da organização criminosa.
Polícia Federal acaba com crimes de lavagem de dinheiro em criptomoedas, terceira fase da Op. Colossus
De acordo com a PF, a nova operação Aluir visou desarticular uma organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas.
Trata-se da 3ª fase da Operação Colossus, que revelou a existência de um esquema bilionário em que recursos financeiros de origem criminosa eram objeto de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva contra os principais integrantes da organização criminosa liderada por indivíduo preso na 2ª fase da operação. Outros dois investigados também tiveram a prisão preventiva decretada, mas não foram localizados e são considerados foragidos da Justiça. A Justiça Federal também decretou medidas de sequestro patrimonial e bloqueio de bens dos investigados, cujo valor total supera os R$ 6,7 bilhões.
Identificou-se que os criminosos recebiam valores de origens criminosas diversas em contas bancárias por eles controladas, mas pertencentes a empresas de fachada titularizadas por “laranjas” e, após uma sucessão de transferências entre contas destas empresas, os recursos ilícitos eram convertidos em criptomoedas e enviados a carteiras (wallets) controladas pelos criminosos que se utilizavam de tais serviços.
Via X/Twitter, a PF confirmou a operação publicamente nesta quinta, mais uma que combate crimes envolvendo as criptomoedas.
🚨 #OPERAÇÃOPF | Op. Aluir combate organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Ação investiga esquema bilionário envolvendo criptoativos, com prisões e bloqueio de bens superiores a R$ 6,7 bilhões. Foram cumpridos 5 mandados de busca e… pic.twitter.com/czyUftMbu4
— Polícia Federal (@policiafederal) August 15, 2024
Grupo utilizou 68 empresas de fachada em crimes, gerente de banco público preso em operação
Foram identificadas pelo menos 68 empresas de fachada controladas pelo grupo, sendo que, de acordo com informações de Relatório de Inteligência Financeira – RIF, obtido junto ao COAF, apenas 9 destas empresas movimentaram mais de R$ 6,7 bilhões entre 2022 e 2023.
Um dos presos da operação seria o gerente bancário de instituição financeira pública responsável pelas contas correntes em que as nove empresas acima destacadas movimentaram a quantia citada, o qual teria atuado de forma determinante em favor do grupo criminoso.
A atuação se dava para permitir a utilização das contas bancárias mesmo tendo conhecimento da origem criminosa dos valores movimentados, o que ocorria não só por meio do não cumprimento dos seus deveres funcionais, mas também via atuação ativa nos setores internos da instituição no intuito de revogar desbloqueios efetivados pelo setor de compliance em contas em nome das empresas de fachada controladas pela organização criminosa. Ainda, foram identificados diversos pagamentos em seu favor, que configuram vantagem indevida recebida em razão de sua função pública.
As demais prisões decretadas se referem a integrantes da organização criminosa, os quais seriam os responsáveis pela consecução de atividades burocráticas que viabilizam o controle financeiro do grupo, a interlocução com clientes e a contínua prática de atos consistentes em lavagem de capitais.
Além deles, há um mandado de prisão preventiva pendente de cumprimento de cidadã brasileira atualmente residente na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que se evadiu do país após a prisão realizada na 2ª fase da Operação Colossus. A prisão consta de difusão vermelha à Interpol já tendo sido comunicado o escritório central da polícia local, em Abu Dhabi. Com informações da PF em São Paulo.