A Polícia Federal do Brasil (PF) se prepara para deflagrar novas operações envolvendo fraudes com criptomoedas, após uma série de eventos que despertaram atenção da autoridade policial para crimes que utilizam essas tecnologias.
Em 2021, por exemplo, a Operação Daemon, em Curitiba, foi uma das que a PF participou e que resultou na prisão do falso “Rei do Bitcoin”, Cláudio José de Oliveira, que chefiou o esquema do Grupo Bitcoin Banco e lesou milhares de investidores.
Após essa operação, a PF deflagrou a Kryptos em Cabo Frio e Rio de Janeiro, prendendo o líder da GAS Consultoria, “Faraó dos Bitcoins” Glaidson Acácio dos Santos. Em ambas as operações, os líderes dos esquemas são apontados por cometerem crimes contra investidores com uso da imagem do mercado de criptomoedas.
Polícia Federal prepara novas operações envolvendo criptomoedas
Após mais de R$ 2 bilhões de criptomoedas apreendidas em operações nos últimos anos, a PF se prepara para deflagrar novas operações contra crimes neste setor.
Segundo o Valor Econômico, a PF concluiu em operações recentes que as organizações criminosas estão se aproveitando da falta de regulação do setor para agir. Além disso, há dificuldades no rastreio de moedas em plataformas de dados abertos, o que dificulta o trabalho das autoridades.
Nos últimos anos, houve um aumento de crimes envolvendo criptomoedas, de 250% entre 2019 e 2020, e mais de 125% entre 2020 e 2021. Atualmente, foram detectados atividades criminosas em 22 estados da federação, enquanto em 2018 problemas foram registrados apenas em 1 território.
Os principais crimes apurados pela PF são de evasão de divisas, crimes cibernéticos e lavagem de dinheiro. Ainda há os casos de delitos no sistema financeiro e casos de empresas com gestão fraudulenta.
Além das Operações Daemon e Kryptos, a PF também apurou em maio de 2022 problemas com a Quéfren, deflagrada em Santa Catarina.
Mais operações devem ocorrer em 2022
Só em 2022, a PF declarou que já deflagrou seis operações contra crimes envolvendo criptomoedas, resultando no cumprimento de mandados de prisão contra 8 pessoas, além de 25 de busca e apreensão.
Dessa forma, até o final do ano mais operações são esperadas pela PF contra crimes no setor, mas ainda não está claro quando devem ocorrer e nem contra quem.
O delegado Christian Robert Wuster, chefe da divisão de lavagem de dinheiro da PF, declarou que transferências internacionais com criptomoedas estão na mira das autoridades, principalmente pelo método chamado “hawala”.
Para melhorar a sua atuação no combate aos crimes, a autoridade espera capacitar mais agentes e investimentos financeiros em ferramentas que atuam neste setor, para melhorar a capacidade de fazer frente ao cenário criminoso.
No início do ano, agentes da PF foram liberados para participarem de um curso sobre criptomoedas em El Salvador, apresentado pelo serviço de investigação dos EUA.