Política pró-criptomoedas dos EUA pode desencadear próxima crise global, diz dirigente do BCE

Embora o Bitcoin tenha surgido como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, a verdade é que a criptomoeda está cada vez mais ligada a este setor.

François Villeroy de Galhau, diretor do Banco Central da França e dirigente do Banco Central Europeu, acredita que a política pró-criptomoedas dos EUA pode ser responsável por desencadear a próxima crise financeira global.

Em conversa com o La Tribune, Villeroy argumenta que essas crises globais costumam começar nos EUA e se espalhar para o resto do mundo.

Dentre os exemplos disso estariam a bolha das empresas “ponto com”, na virada do milênio, bem como a crise imobiliária de 2008, pouco antes do Bitcoin ser lançado.

No entanto, o início desse histórico é ainda mais antigo, começando pela Grande Depressão de 1929, quando a quebra da bolsa de Nova York causou uma recessão global.

EUA podem iniciar nova crise financeira global devido ao seu apoio às criptomoedas, diz Villeroy

Embora o Bitcoin tenha surgido como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, a verdade é que a criptomoeda está cada vez mais ligada a este setor. Além de ETFs, também é possível ver bancos cada vez mais interessados em trabalhar com esses ativos digitais.

Por conta disso, François Villeroy de Galhau acredita que a política pró-criptomoedas dos EUA pode desencadear a próxima crise global.

“Os Estados Unidos correm o risco de pecar por negligência.”

“As crises financeiras frequentemente têm origem nos Estados Unidos e se espalham para o resto do mundo. Ao incentivar os criptoativos e o financiamento não bancário, o governo americano está plantando as sementes de futuras turbulências”, disse Villeroy ao La Tribune.

Além da criação de uma reserva de Bitcoin, o novo governo dos EUA também afrouxou a pressão contra empresas do setor com mudanças nas lideranças da SEC e da CFTC. Mais recentemente, o Escritório do Controlador da Moeda removeu barreiras para que bancos trabalhem com criptomoedas.

Independente disso, é difícil saber quais empresas seriam afetadas por uma grande queda do Bitcoin além de gigantes com exposição direta, incluindo Strategy (antiga MicroStrategy) e algumas grandes mineradoras.

No entanto, algum grande escândalo político, como aconteceu na Argentina com o envolvimento do presidente na promoção de uma memecoin, poderiam impactar o mercado acionário nacional e fazer essa quebra de confiança se espalhar para outros países.

Bitcoin em queda desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA

Enquanto o Bitcoin está longe de ser o responsável por uma crise global, investidores de criptomoedas já estão sofrendo. Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, o BTC já perdeu 24% de seu valor.

Criptomoedas menores apresentam um desempenho ainda pior. Ethereum e Solana, por exemplo, caem 40,7% e 49,9%, respectivamente, no mesmo período.

Desempenho das maiores criptomoedas desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, em 20 de janeiro. Fonte: Coin360.
Desempenho das maiores criptomoedas desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, em 20 de janeiro. Fonte: Coin360.

Um dos motivos para essa queda é a guerra comercial criada por Trump, causando desconforto nos mercados. No entanto, a luta do Fed contra a inflação também continua freando a economia americana.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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