Em conjunto com a Polícia Civil do Estado de São Paulo, a Receita Federal do Brasil deflagrou a Operação Fractal, na última quinta-feira (3), procurando saldos de criptomoedas em corretoras, que pertencem aos suspeitos de cometer crimes.
Ao todo foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão contra alvos, nas cidades de São Paulo e Guarulhos (SP).
Participaram das buscas 25 Policiais Civis da Divisão de Crimes contra a Administração do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) e 16 Auditores Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal.
Segunda Fase de Operação Fractal da Receita Federal buscou operadores do crime que movimentaram R$ 100 milhões fora do radar das autoridades brasileiras
A segunda fase da Operação Fractal teve objetivo desarticular a atuação de operadores financeiros de um milionário esquema de remessas de dinheiro ilícito ao exterior, realizado em diversas etapas e por diversos operadores.
O dinheiro, segundo a RFB, serve aos interesses do crime organizado, como facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas e contrabandistas de produtos importados.
Os operadores financeiros alvos dessa fase foram responsáveis pela circulação de quase R$ 500 milhões em duas contas bancárias, de duas empresas de fachada. Os valores depositados nessas contas bancárias eram pulverizados em outras contas, visando dificultar seu rastreamento, e depois eram remetidos ao exterior. A totalidade desses recursos tem origem ilícita.
Tanto os operadores financeiros como os recursos que circularam nessas contas, estavam à margem dos sistemas e dos controles da Receita Federal. Os valores sonegados nas transações investigadas nessa fase da operação ultrapassam R$ 100 milhões, segundo estimativa da Receita Federal.
Primeira fase em 2022 cumpriu mandados contra 52 suspeitos
A primeira fase da Operação Fractal, em outubro de 2022, cumpriu mandados contra 52 suspeitos. Na ocasião, as investigações apuraram uma movimentação de 4 bilhões de reais, com uso de empresas fantasmas, do Brasil para o exterior.
Com as remessas financeiras vultuosas, a Receita Federal deflagrou a primeira fase da operação que já apurava a existência de saldos de criptomoedas em corretoras. O nome das empresas não foram divulgadas pelas autoridades ainda.
Os crimes começaram a surgir no radar das autoridades após empresas de turismo receberem valores frutos de crimes. Na primeira operação, 100 servidores da Receita Federal e 200 da Polícia Civil participaram das buscas.
Não está claro se mais desdobramentos da operação poderão ocorrer, agora que a RFB deflagrou a segunda fase e ainda apura os documentos encontrados.