Reguladores devem ser mais rápidos e ousados ​​em ‘domar’ as criptomoedas, diz “CVM das CVMs”

Sem grandes desafios para mudar de jurisdição, hoje muitas empresas do setor de criptomoedas buscam lugares onde as leis sejam mais favoráveis a elas, trabalhando com intermediários para chegar a países estrangeiros.

A Organização Internacional de Valores Mobiliários (IOSCO, na sigla inglesa) emitiu um documento de 68 páginas nesta terça-feira (23) com recomendações sobre o mercado de criptomoedas.

Dividido em 10 capítulos, o texto aborda os principais problemas do mercado. Como maior exemplo, cita o caso da FTX no qual os fundos dos clientes foram parar nas contas da Alameda Research, ambas controladas pelo mesmo grupo de pessoas.

Já em outro capítulo é recomendada a cooperação entre reguladores de diversos países. O décimo, e último, aborda problemas envolvendo stablecoins.

IOSCO lista os principais problemas do mercado de criptomoedas

Em conversa com o Financial Times, também publicada nesta terça-feira (23), Martin Moloney, secretário-geral da IOSCO, comentou alguns pontos-chave dos atuais problemas que eles estão tentando resolver.

“Não tenho conhecimento de nenhum player significativo no mercado de criptomoedas, até onde você pode descobrir de onde eles estão negociando, que não negocie de uma jurisdição membro. Portanto, temos alcance global para fazer essas recomendações funcionarem.”

Um dos problemas citados pelo documento são os conglomerados. Ou seja, conjuntos de empresas que estão ligados por uma empresa controladora, o que pode aumentar os riscos dos investidores destes mercados.

O maior exemplo desse caso é a FTX, que usou o dinheiro de seus clientes para bancar as aventuras da Alameda Research. Mas isso não é tão incomum quanto se pensa.

Como exemplo, Tether e Bitfinex, ambas controladas pela iFinex também já trocaram um valor de US$ 850 milhões entre si para cobrir rombos financeiros. Felizmente, essa história não acabou em desastre, mas mesmo assim é preocupante.

Já o Digital Currency Group (DCG), outro gigante do setor, também viu suas filias tremerem, principalmente a Grayscale, após a falência da Genesis.

No entanto, este é apenas um dos tantos pontos abordados pela IOSCO, que também recomenda ações sobre intermediários de negociações, listagem de criptomoedas, comportamentos abusivos, divisão de fundos de clientes e stablecoins.

IOSCO pede agilidade e cooperação entre reguladores

Sem grandes desafios para mudar de jurisdição, hoje muitas empresas do setor de criptomoedas buscam lugares onde as leis sejam mais favoráveis a elas, trabalhando com intermediários para chegar a países estrangeiros.

No entanto, a IOSCO está preocupada com a falta de uma regulamentação global, que consiga acabar com tais brechas. No capítulo 6, o texto pede por uma cooperação global, a fim de mitigar riscos de lavagem de dinheiro, por exemplo.

“O que diríamos às jurisdições é apenas avançar”, comentou o secretário-geral da IOSCO ao Financial Times. “Todos eles têm estruturas legais diferentes, estruturas regulatórias diferentes. Apenas avance, faça isso de acordo com esse padrão o mais rápido possível… Não é útil para ninguém se conter neste momento.”

Por fim, ainda é cedo para pensar nas consequências de uma regulação global para o setor de criptomoedas. Em leve alta nesta terça-feira (23), o mercado não parece ter tomado a ação da IOSCO como uma ameaça imediata, mas isso não significa que ela agradará a todos.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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