Trump confirmou sua intenção de criar uma reserva estratégica de bitcoin nos Estados Unidos, alimentando expectativas de um impacto trilionário no mercado global de criptomoedas.
A nova declaração ocorreu durante uma entrevista à CNBC, com Trump mostrando a necessidade do país se antecipar à concorrência internacional, principalmente a China e Rússia.
Questionado sobre a criação da reserva de bitcoin semelhante à reserva estratégica de petróleo dos EUA, Trump respondeu afirmativamente:
“Sim”. A ideia havia sido apresentada ainda em julho, quando o então candidato republicano prometeu implementar uma “reserva nacional estratégica de bitcoin” durante sua participação na conferência Bitcoin 2024.
“Faremos algo grandioso com as criptomoedas porque não queremos a China, ou qualquer outro país… mas outros estão adotando isso, e queremos estar à frente”, disse Trump à CNBC.
Na ocasião, Trump previu que o bitcoin poderia superar a capitalização de mercado do ouro, atualmente estimada em US$ 16 trilhões.
Reserva de Bitcoin nos EUA será semelhante à de petróleo. – Trump pic.twitter.com/bl7hO7i0PS
— Livecoins (@livecoinsBR) December 15, 2024
- A reserva estratégica de petróleo é um estoque de emergência mantido por governos para garantir o abastecimento energético em crises, como guerras, desastres naturais ou interrupções no fornecimento.
- Nos Estados Unidos, essa reserva é armazenada em grandes cavernas subterrâneas de sal perto do Golfo do México. O petróleo é comprado quando os preços estão baixos e liberado durante crises para estabilizar o mercado e proteger a economia.
A reserva de bitcoin os EUA, de acordo com Trump, seguiria o mesmo princípio de estoque estratégico, mas em um contexto digital.
Sendo assim, o governo compraria bitcoins quando os preços estivessem relativamente baixos e armazenariam essas criptomoedas em carteiras digitais seguras e offline, conhecidas como “cold wallets”.
Durante crises econômicas ou períodos de instabilidade financeira, o governo poderia usar essa reserva para sustentar sua moeda nacional, estabilizar mercados ou garantir transações internacionais.
A criação dessa reserva exigiria protocolos rígidos de segurança digital para evitar ataques cibernéticos e perdas.
Plano de Trump
A proposta de Trump ganhou reforço no Congresso com o projeto de lei da senadora republicana Cynthia Lummis.
Intitulado “Boosting Innovation, Technology and Competitiveness Through Optimized Investment Nationwide (BITCOIN) Act”, o projeto sugere a compra de 1 milhão de bitcoins em um período de cinco anos como medida para reduzir a dívida nacional dos EUA, atualmente em US$ 35 trilhões.
Paralelamente, notícias vindas da Rússia indicam que legisladores locais também estão considerando a criação de uma reserva estratégica de bitcoin.
O presidente Vladimir Putin elogiou a criptomoeda como uma alternativa viável às reservas de moedas estrangeiras após sanções ocidentais congelarem ativos russos em resposta à guerra na Ucrânia.
A confirmação dos planos de Trump desencadeou previsões otimistas para o preço do bitcoin, que já ultrapassou a marca de US$ 100.000 por unidade após sua vitória nas eleições de novembro.
Executivos de Wall Street apontam para um crescente “FOMO” (medo de perder oportunidades) entre grandes investidores institucionais.
Analistas afirmam que o desenvolvimento de reservas estratégicas pelos EUA e Rússia pode redefinir o mercado global de criptomoedas, intensificando uma possível “guerra fria” financeira.
Investidores ainda foram surpreendidos pela especulação de um envolvimento de Elon Musk, embora detalhes sobre sua participação permaneçam desconhecidos.
Com o mercado atento a esses movimentos, o cenário econômico global pode estar à beira de uma transformação histórica envolvendo o bitcoin como um ativo estratégico de primeira ordem.
Bitcoin é prioridade de Donald Trump
De acordo com Mises Capital, a nomeação de Scott Bessent como novo Secretário do Tesouro dos Estados Unidos sinaliza uma possível mudança na estratégia econômica do país.
Com uma carreira consolidada no mercado financeiro, Bessent acumulou vasta experiência como gestor de hedge funds e atuou como Diretor de Investimentos (CIO) na Soros Fund Management.
Ele ganhou destaque global ao participar da histórica aposta contra a libra esterlina em 1992, consolidando sua reputação como um investidor ousado e estratégico.
A primeira reunião de Bessent no cargo foi com a senadora republicana Cynthia Lummis, conhecida defensora do Bitcoin no Congresso.
O encontro foi focado na criação de uma reserva estratégica de Bitcoin como uma possível prioridade da nova gestão econômica. Tal movimento indica que o governo dos EUA pode estar considerando o Bitcoin como um ativo essencial para reforçar suas reservas financeiras, semelhante ao papel desempenhado pelo petróleo no passado.
Scott Bessent, novo Secretário do Tesouro indicado por Trump, é gay, tem vasta experiência como hedge fund e foi aliado de George Soros na Soros Fund Management, onde foi CIO e conhecido por grandes apostas, como contra a libra esterlina em 1992.
Sua primeira reunião com…
— Mises Capital (@misescapital) December 15, 2024
Mises Capital também menciona que George Soros, conhecido por aplicar sua teoria da reflexividade nos mercados, demonstra interesse crescente pelo Bitcoin.
Essa teoria sugere que as expectativas dos investidores influenciam o valor dos ativos, criando um ciclo de valorização. Diversos gestores de fundos associados a Soros teriam intensificado suas discussões sobre Bitcoin e ações da MicroStrategy, empresa que se destacou por acumular grandes reservas de Bitcoin.
Além disso, há especulações de que Soros esteja reduzindo suas posições em ouro enquanto aumenta sua exposição ao Bitcoin e à MicroStrategy.
Essa estratégia reforça a percepção de que o Bitcoin pode estar se consolidando como um ativo de reserva de valor para grandes investidores, principalmente em um contexto econômico global cada vez mais instável e digitalizado.