“Se real não for digital, teremos ineficiências”, diz coordenador do Banco Central

Evento do LIFT falou sobre o projeto de Real digital, que tem exigido do regulador um conhecimento amplo em criptomoedas.

O Coordenador do projeto de CBDC do Banco Central voltou a falar sobre a moeda digital brasileira. Para ele, “se o real não for digital, teremos ineficiências no futuro”.

A proposta do Banco Central do Brasil é criar uma versão digital do Real já para os próximos anos. Assim, há a intenção de substituir o dinheiro em espécie, diminuindo custos com impressão de notas.

O evento foi realizado pela Fenasbac, com apresentação de Rodrigoh Henriques, contando com a participação de Gustavo Cunha (FinTrender), Keiji Sakai (R3) e Fábio Araújo (BCB).

Coordenador de CBDC do BCB afirma que sem real digital Brasil terá ineficiências

Ao que parece, o tema da moeda digital do Banco Central do Brasil ganha cada vez mais fundamentos, se tornando agora uma questão de sobrevivência o seu lançamento.

Para o coordenador de CBDC do BCB, Fábio Araújo, a moeda digital será a mesma que as pessoas já utilizam, entretanto, agora com uso de dispositivos eletrônicos.

“Do ponto de vista do regulador, a moeda digital é a moeda que você usa no dia a dia só que você nunca vai ter oportunidade de segurar ela na mão, você sempre vai segurar um dispositivo para fazer a transação”

Para Fábio, é inevitável que no futuro tudo no comércio tenha uma representação digital. Assim, é importante que o Banco Central acompanhe as inovações dos sistemas de pagamentos, criando uma tecnologia robusta já pensando no avanço das transações na economia digital.

“A relação das pessoas com as coisas, as pessoas que estão nascendo agora, vão ter uma relação muito diferente da que a gente teve em tudo. Tudo vai ter uma representação digital e essa representação digital tá crescendo cada vez mais.

Então, os negócios que você faz, as compras que você faz, todos, em um certo ponto no futuro próximo, eles vão ter representação digital. Quando você tem tudo digitalizado, se você tiver fora desse ambiente, você vai gerar ineficiência para as operações, então o Banco Central está se preparando para o futuro.”

Fábio ainda comentou sobre o uso do dinheiro em conjunto com itens domésticos, no escopo da Internet das Coisas. Além disso, empresas poderão criar contratos para permitir empréstimos fáceis para as pessoas, entre outras inovações.

Assim, os estudos do BCB já vislumbram essa inovação em larga escala, que deverá nortear o projeto do Real digital.

CBDC é o “terceiro formato de dinheiro emitido por bancos centrais”

Para Keiji Sakai, o CBDC é a terceira forma de dinheiro que já foi emitido por bancos centrais. A primeira forma, segundo o especialista em blockchain da R3, foi as notas em espécie, que circulam há alguns anos em vários países.

A segunda forma foi o dinheiro em conta-corrente, com reservas bancárias, sendo o CBDC agora o terceiro formato de divisa.

O LIFT talks ainda conduzirá mais debates sobre o tema do Real digital, que poderão ajudar os interessados no assunto a entender mais sobre o que pensa o Banco Central do Brasil sobre o projeto.

Vale o destaque que o especialista em Bitcoin brasileiro, Fernando Ulrich, acredita que o CBDC decreta o fim dos bancos, visto que, em sua opinião, eles deverão perder força com o dinheiro inteligente dos bancos centrais.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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