O incremento da digitalização dos processos judiciais, com o processo eletrônico e seus efeitos decorrentes, como a possibilidade do advogado distribuir uma petição inicial de casa, ou interpor um recurso, foi um ganho gigantesco de produtividade.
Por mais que antes, com o processo físico, servidores do tribunal eram quem cadastravam as petições no sistema, e hoje é o advogado quem tem que fazer isso, o trade off pende muito favoravelmente ao processo eletrônico.
Afinal, qual advogado pediria a volta das filas do proger, por ex.? Creio que muito poucos, possivelmente, nenhum. Até mesmo os advogados com mais idade (e geralmente menos afeitos às novas tecnologias) podem trabalhar de casa.
E são diversos os casos de inovações tecnológicas disruptivas que alteraram de forma perene a existência humana. E os exemplos vão desde a pré-história, quando o primeiro hominídeo inovou ao lascar uma pedra para torna-la mais afiada e ser mais eficiente na caça, passando pela descoberta da ignição do fogo, e até mesmo por inovações mais recentes, como o desenvolvimento dos aviões, dos automóveis, da engenharia de materiais e etc.
Logo, talvez a tecnologia e seu desenvolvimento sejam aquilo que nos façam mais intrinsecamente humanos dentre os animais, por mais que sua marcha constante nos faça perder também tudo de mais humano que somos, de forma paradoxal.
Ocorre que, especificamente na seara da comunicação, duas inovações foram profundamente disruptivas na evolução humana: a prensa de tipos móveis de Gutenberg do século XV, que propiciou a disseminação de conhecimento de uma maneira jamais antes vista, ao possibilitar a impressão de livros de forma muito mais eficiente e em escalas bem maiores; e a própria Internet, cujos impactos são tão perceptíveis por quem a utiliza que dispensam maiores comentários.
Assim, o Bitcoin só pôde nascer de fato quando diversas outras tecnologias já atingiram seu estágio de maturidade adequado. E com o crescente aumento e disponibilidade de novas tecnologias de comunicação, como as redes 5G, por ex., que permite velocidades incríveis de transmissão de dados, a tendência é mesmo que toda a economia global migre paulatinamente para estágios ainda mais profundos de digitalização.
Todavia, a digitalização de praticamente todas as instâncias da vida humana representa sim, ameaças sem precedentes para a liberdade das pessoas. É preciso ficar ultra atento e avaliar cada tecnologia com muito critério e cautela.
Um dos motivos que me fez escolher a especialização em Propriedade Intelectual foi justamente por entender que, via de regra, é a inovação e o desenvolvimento tecnológico que fazem a humanidade dar saltos de aprimoramento.
Ocorre que hoje, a tecnologia chegou numa espécie de bifurcação: ou seremos escravos como nenhum escravo jamais foi na história da humanidade; ou teremos alguma chance de termos liberdade, autonomia e independência.
O famoso investidor de criptomoedas Raoul Pal explica (em inglês) de forma bem didática sobre alguns dos prováveis impactos que as CBDCs (Central Banks Digital Currencies) podem causar na humanidade, e a possibilidade que essa tecnologia permite de monetização direta para as pessoas:
Um outro exemplo totalmente plausível de uso dessa indesejável “economia comportamental” (behavioral economics), ou “sistema de incentivos” que Raoul Pal comenta é a possibilidade das CBDCs terem, literalmente, prazo de validade, e forçarem o seu possuidor a gastarem determinada moeda antes de uma data pré-definida, para que um efeito econômico específico seja gerado, a total critério dos marionetistas dessa nova “economia”.
Posto que, ao se aliar tecnologias como big data, dispositivos smart que não largamos nunca, e possivelmente também incrustados em nossas roupas, e quiçá, até mesmo em nossos corpos, com câmeras de vigilância dotadas de reconhecimento facial espalhadas por todo canto nas ruas, e principalmente as CBDCs, estaríamos 100% (cem por cento) sob controle das instâncias estatais e privadas que controlam o sistema financeiro global.
Que desastre isso seria, não é mesmo? Nossos comportamentos e incentivos financeiros sendo direcionados pelas CBDCs? Termos absolutamente todas as nossas transações financeiras fiscalizadas e controladas pelos bancos centrais, sem podermos usar dinheiro em espécie, me pergunto que tipo de mundo seria esse? 1984? Matrix? Ou Elysium?
Infelizmente, a maioria das pessoas se sente atraída ao Bitcoin apenas pela sua constante valorização, o famoso number go up, e que já apresenta ser o melhor investimento dentre os atuais disponíveis, sem uma compreensão mais aprofundada do que significa se ter uma moeda verdadeiramente sonante (sound money).
Portanto, minha dica singela é: estude muito sobre as CBDCs (Central Banks Digital Currencies), e os impactos homéricos que elas podem nos causar. E estude ainda mais sobre a única alternativa que conheço até o momento: Bitcoin.
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