A tecnologia blockchain já foi associada a muitas situações, mas nunca a uma guerra nuclear, situação que ela poderia ajudar a prevenir, segundo uma especialista.
Esse estudo foi produzido por uma mulher que trabalha no Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), com sede em Washington. Esse laboratório busca compreender os usos e riscos da energia nuclear e propor soluções de como manipular essa, de modo a garantir a segurança internacional.
Vale lembrar que o assunto de energia nuclear está em alta nos últimos anos, com essa modalidade considerada uma energia sustentável.
No caso do PNNL, esse órgão está vinculado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Tecnologia blockchain pode prevenir guerra nuclear?
No cenário atual, uma guerra nuclear não é um assunto em alta pelo mundo, que já viveu dias de preocupação com o tema, após o fim da Segunda Guerra Mundial e posterior Guerra Fria. Longe dessa realidade bélica, os países buscam o diálogo e diplomacia para resolver problemas, ainda que o assunto nuclear preocupe potências.
Dessa forma, Sarah Frazar, do PNNL, divulgou na última terça-feira (4) um estudo no qual defende que a guerra nuclear poderia ser evitada caso governos recorressem à tecnologia blockchain.
De acordo com ela, os arsenais nucleares têm aumentado nos Estados Unidos e essa informação não é transparente, o que pode desencadear desentendimentos.
Ela defendeu esse mecanismo como parte do Tratado de Não Proliferação Nuclear, assinado por vários países que se comprometem a não produzir, testar ou adquirir essas armas, como o Brasil, por exemplo.
“O monitoramento dos estoques e transações de materiais nucleares se torna mais desafiador à medida que aumenta o número de instalações nucleares e a quantidade de material nuclear que precisa ser protegida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A tecnologia Blockchain introduziu eficiências operacionais significativas nas indústrias da cadeia de suprimentos comerciais que buscam monitorar outros ativos de alto valor. A tecnologia poderia fazer o mesmo pela IAEA e pela comunidade de não proliferação?”
Não confiar nos governos para fazer a guarda, mas na tecnologia
Um dos pontos que chamou atenção na fala da especialista sobre o potencial da blockchain impedir problemas nucleares é que com ela, a eficácia e eficiência da proteção que o governo ou autoridades dão ao setor seria melhor fiscalizada. Ou seja, é melhor não confiar plenamente nos governos, mas sim na tecnologia.
Além disso, uma rede de cooperação internacional poderia ter mais dados e realizar diligências para garantir a salvaguarda, cenário que hoje não existe.
“Nossa comunidade internacional tem uma necessidade contínua de fortalecer a eficácia e eficiência das salvaguardas e, ao mesmo tempo, melhorar a cooperação e a confiança no sistema internacional de salvaguardas. DLT oferece uma oportunidade para atingir todos esses objetivos. O capítulo enfoca se a comunidade internacional de salvaguardas pode se beneficiar da implantação da DLT sem interromper a política existente e a estrutura legal que rege as atividades de verificação de salvaguardas internacionais”.
A especialista lançou um livro chamado “Blockchain for International Security”, que compartilha todo o seu pensamento sobre o assunto, que pode ser fundamental para proteção contra guerras nucleares.