Mapa com Iêmen em destaque, onde Grupo Houthi opera.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento do Tesouro, atualizou sua lista de pessoas e entidades sancionadas para incluir endereços da stablecoin USDT vinculados ao grupo Ansarallah, também conhecido como Houthi Group.
A mudança foi divulgada em sua lista SDN (Specially Designated Nationals and Blocked Persons List), que reúne alvos de sanções econômicas por envolvimento com terrorismo, tráfico ou outras ameaças à segurança internacional. Tal publicação ocorreu na última quarta-feira (2).
O grupo Ansarallah, baseado no Iêmen, já constava na lista como uma organização terrorista estrangeira (FTO) e como entidade ligada ao terrorismo global (SDGT), com base em Ordem Executiva.
A novidade agora é a inclusão de oito endereços de carteira de USDT (Tether), vinculados à rede Tron, diretamente associados ao grupo.
Os endereços listados indicam que o grupo pode estar utilizando criptomoedas para movimentação de recursos financeiros. Estas podem ter o objetivo de driblar sanções, ocultar origem de fundos ou financiar operações fora do sistema financeiro tradicional.
Ao tornar esses endereços públicos, o OFAC fortalece o rastreamento de transações, assim como obriga exchanges, empresas cripto e bancos a bloquearem qualquer atividade ligada a essas carteiras.
Os endereços de USDT identificados pelo Tesouro dos EUA são:
A nova medida tem implicações importantes. Primeiro, mostra que as autoridades americanas estão monitorando de forma ativa o uso de ativos digitais por grupos sancionados.
Segundo, impõe riscos legais para qualquer pessoa ou instituição que, intencionalmente ou não, realize transações com esses endereços. Como estão associados a uma entidade sob sanções, tais operações podem resultar em penalidades civis e criminais.
A ação também sinaliza uma evolução nas práticas de fiscalização internacional, com o uso crescente de ferramentas de blockchain analytics para rastrear movimentos financeiros em redes públicas.
Ainda que o USDT seja uma stablecoin centralizada, operada pela empresa Tether, sua circulação em redes descentralizadas como a TRON podem apresentar desafios de vigilância e bloqueio técnico, especialmente quando usadas em carteiras não custodiais.
De qualquer forma, para o setor cripto, a medida reforça a necessidade de compliance robusto.
Assim, empresas que operam globalmente precisam incorporar bases de dados atualizadas do OFAC em seus sistemas de verificação de risco, além de reforçar políticas de monitoramento e triagem de endereços suspeitos.
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