Tether comprou US$ 800 milhões em Bitcoin

Atualmente, estima-se que a Tether possua 65.535,15 bitcoins, baseando-se no valor declarado de US$ 2,8 bilhões e nos preços atuais do bitcoin, que se mantêm estáveis desde 31 de dezembro de 2023.

No último trimestre de 2023, a Tether, dona da maior stablecoin do mercado, a USDT, aumentou suas reservas em bitcoin, atingindo a soma de US$ 2,8 bilhões em bitcoin, segundo seu relatório mais recente.

O montante representa um aumento considerável em comparação aos US$ 1,66 bilhões registrados no terceiro trimestre do mesmo ano e, embora a Tether não divulgue os números exatos de bitcoins em seus relatórios, estima-se que a companhia possuía entre 48.500 a 49.500 bitcoins, avaliados em cerca de US$ 2 bilhões nos preços atuais.

Com o bitcoin mais que dobrado de preço em 2023, mesmo a estimativa mais alta de 55.000 bitcoins valeria US$ 2,3 bilhões. Isso indica que a Tether adquiriu entre US$ 500 milhões a US$ 800 milhões em bitcoin de outubro a dezembro, ao anunciar um lucro líquido de US$ 2,85 bilhões no quarto trimestre.

Tether aposta tudo em Bitcoin

No ano passado, a Tether prometeu alocar até 15% de seus lucros operacionais líquidos na compra de bitcoin, uma promessa que foi quebrada no terceiro trimestre quando reduziu suas reservas de bitcoin em US$ 195 milhões para investir em mineração.

No entanto, seus registros do quarto trimestre não mencionam especificamente compras de bitcoin, deixando a confirmação oficial em aberto, mas os cálculos sugerem que a Tether de fato realizou compras significativas.

Atualmente, estima-se que a Tether possua 65.535,15 bitcoins, baseando-se no valor declarado de US$ 2,8 bilhões e nos preços atuais do bitcoin, que se mantêm estáveis desde 31 de dezembro de 2023.

Isso significa que a empresa adicionou pelo menos 10.000 bitcoins às suas reservas no quarto trimestre do ano passado. Se esses números forem precisos, a Tether teria utilizado quase todo o seu lucro do quarto trimestre na compra de bitcoins, destacando uma estratégia agressiva na moeda digital.

A Tether, através desta ação, parece estar canalizando de volta aos detentores de bitcoin parte das taxas ganhas com a stablecoin, uma prática que contrasta com a abordagem direta da USDC, que oferece 5% de juros anuais aos seus detentores na Coinbase.

Enquanto isso, a Tether informou que no quarto trimestre de 2023 obteve um lucro líquido “recorde” de US$ 2,85 bilhões, representando 46% do total de US$ 6,2 bilhões em lucros líquidos no ano passado.

De acordo com o relatório, seus ativos totais (que respaldam suas stablecoins) são de US$ 97 bilhões, em 31 de dezembro de 2023. Seus passivos eram de cerca de US$ 91,6 bilhões e cerca de US$ 5,4 bilhões em reservas excedentes, que estão “cobrindo totalmente” seus US$ 4,8 bilhões pendentes em empréstimos garantidos”, acrescentou o relatório.

Se você acha que os números são altos de mais para serem verdade, você está certo, em uma postagem no Twitter/X, o diretor financeiro da Bitwise comentou sobre o assunto.

“A Tether ganhou mais dinheiro no último trimestre do que o Goldman Sachs. Tether: US$ 2,85 bilhões Goldman: US$ 2,01 bilhões”, disse ele.

O lucro da empresa, diz o relatório, é resultado de investimentos em títulos do tesouro americano. Além disso, este é “um novo recorde para a Tether em termos de excesso de reservas de liquidez e tokens garantidos em circulação”, como afirma o relatório da empresa.

O USDT, por fim, continua na liderança do mercado de stablecoins. O token está muito à frente do USDC que, por sua vez, oferece uma capitalização de mercado quase 5 vezes menor.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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