Os executivos da Tether estão sendo processados pela Justiça dos Estados Unidos, levando a maior stablecoin em valor de mercado a entrar na mira de investigações por fraude bancária. As informações são da Bloomberg.
Por stablecoin entende-se aquelas criptomoedas que têm valor vinculado a algum ativo, ou seja, seriam lastreadas em bens físicos ou mesmo dinheiro fiduciário. No caso da Tether, há quatro categorias de stablecoins emitidas, sendo o Dólar (USDT), Euro (EURT), Yuan (CNHT) e Ouro (XAUT).
Com essas emissões de criptomoedas estáveis, a iFinex, empresa que emite as moedas, afirma ter lastro dos ativos na mesma proporção em que imprime seus ativos digitais.
Mesmo assim, quando a empresa foi criada pode ter havido alguma fraude bancária, fato que culminou em investigações.
No mercado de criptomoedas, a Tether é a terceira maior em capitalização total, atrás apenas do Bitcoin e Ethereum. Com grande uso por traders do mercado, seja para negociações em corretoras ou mesmo para envio entre plataformas, com a chamada arbitragem, a moeda ganhou atenção nos últimos anos.
Seu volume diário inclusive costuma ser o dobro do Bitcoin, sendo essa uma moeda ligada a uma empresa, a iFinex, que também é dona da corretora Bitfinex.
Mas conforme uma publicação da Bloomberg nesta segunda, a Tether está vendo seus executivos serem processados pela justiça dos Estados Unidos por uma suposta fraude bancária.
Nas investigações serão avaliados quais bancos foram utilizados por eles nos seus eventuais crimes, quando a Tether ainda estava em seus estágios iniciais no mercado de criptomoedas.
A investigação corre em sigilo de justiça, mas pode desencadear um problema que afeta todo mercado de criptomoedas.
Desde 2018 a Tether enfrenta problemas, mas as stablecoins estão na mira dos reguladores em todo o mundo, principalmente no último ano.
No último domingo o ataque contra a Tether já havia começado no mercado, com uma reportagem do Zero Hedge narrando que um colapso da stablecoin, caso acontecesse, afetaria todo o mercado de criptomoedas.
Vendo as novas críticas, Paolo Ardoino, o CTO da Tether e Bitfinex, partiu para a defesa. Ele afirmou que as reservas para emissão de ativos estão todas na paridade de 1 para 1, e que em breve novos relatórios serão apresentados. O diretor ainda defendeu que o mercado já entendeu que a empresa é correta
“Após intenso escrutínio, chegamos a um acordo. Desde o início desse inquérito, o mercado respondeu. Não sabemos por quanto tempo devemos continuar falando sobre o ar, mas espere nosso próximo atestado de garantia com ainda mais detalhes em breve.”
Com relação à informação divulgada pela Bloomberg nesta segunda-feira (26), a Tether afirmou que está colaborando com a justiça nas investigações.
Vale notar que a principal stablecoin em Dólar tem como rival a USDC, impressa pela Circle e Coinbase. Ambas as empresas são regulamentadas nos Estados Unidos, atendendo ao que o governo do país exige, inclusive em sua criptomoeda de valor estável em Dólar.
A Coinbase, listada em bolsa de valores, e a Circle, que deve ser listada ainda em 2021, ganham mais visibilidade com sua criptomoeda, visto que a Tether agora terá que partir para a defesa.
Mesmo com as novas acusações, a Tether registrou um volume de US$ 75 bilhões nas últimas 24 horas em todas as corretoras do mundo, enquanto o Bitcoin operou com volume de cerca de US$ 40 bi no mesmo período, mesmo com a alta no mercado.
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