A Telexfree voltou a circular na internet com um novo golpe se apresentando com o nome de TLXFre, que divulga uma criptomoeda TLXCoin. Criada pela rede Arbitrum, ligada ao ecossistema Ethereum, a novidade tem tentado captar dinheiro de investidores com velhas promessas de altos ganhos.
E o preocupante da nova situação é o fato de que 144 carteiras já possuem algum valor do novo token, segundo apurado pelo Livecoins. O endereço do token apurado pela reportagem mostrou 708 transferências de valores só nas últimas 24 horas, com base nesta quinta-feira (25).
O site oficial do projeto, que não conta com muitos mecanismos de explicação do projeto, indica que os investidores podem comprar US$ 20,00, US$ 50,00, 100 dólares ou US$ 200,00 no máximo. Ou seja, diferente de outras negociações de criptomoedas que costumam ser de valores unitários e book de ofertas, o projeto tem captado valores fixos.
“A TLXFre se consolida como a maior e mais inovadora plataforma de marketing digital colaborativo, unindo tecnologia, simplicidade e oportunidades reais“, disse a página em publicação no dia 24 de setembro.
Com uma imagem de um esquema falho e golpista, o novo negócio nasce já atraindo a suspeita da comunidade séria de criptomoedas, que começa a alertar para um iminente golpe com “roupa velha”.
Advogado especialista em pirâmides financeiras de criptomoedas diz que volta da Telexfree segue o modus operandi dos golpes no Brasil
Em conversa com o Livecoins, o advogado Artêmio Picanço, que já atuou contra várias pirâmides financeiras defendendo clientes lesados, comentou sobre o novo negócio se apresentando com a velha imagem de uma empresa golpista.
Para ele, a reciclagem do golpe tenta buscar uma nova leva de investidores, e que a educação financeira é uma das principais ferramentas para evitar cair na lábia dos estelionatários.
“A volta da Telexfree sob a bandeira do TLXCOIN é mais um capítulo previsível da indústria dos golpes no Brasil: reciclam velhas práticas e as embalam em linguagem tecnológica para vender legitimidade ao que, na essência, continua inexistente. Sem o devido cumprimento das decisões judiciais já proferidas e a responsabilização penal e civil dos stakeholders que fomentam tais práticas, continuará o ciclo de criação e ressurgimento de esquemas nocivos ao mercado e à sociedade. Falta ao país não apenas fiscalização, mas sobretudo educação financeira e consciência crítica da população, que insiste em acreditar que em enriquecimento fácil, sendo o alvo preferencial desses esquemas“, diz Picanço.
Não está claro, contudo, quem está por trás do novo possível esquema. A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis, mas o espaço segue em aberto para manifestações.