As pessoas que se consideram vítimas de fraudes financeiras no Brasil costumam investir mais na Poupança e nas Criptomoedas. Os dados foram coletados pela Comissão de Valores Mobiliários no Brasil e publicados nesta quinta.
A pesquisa ouviu 1.002 pessoas, sendo que 178 afirmaram ser vítimas de fraudes financeiras. Nas respostas ficou claro que o WhatsApp é o meio de disseminação preferido de golpes, seguido pelo famoso boca-a-boca, e-mail e ligação telefônica.
Em posse dos dados, a CVM traçou um perfil das vítimas mais comuns em golpes no Brasil.
“O perfil das vítimas encontrado na pesquisa quantitativa não difere muito das não vítimas da nossa amostra. O público que caiu em golpes financeiros é composto majoritariamente de homens (91%), com idade entre 30 e 39 anos (36,5%) com renda familiar mensal entre 2 e 5 salários mínimos (23%) e com pós-graduação (38%).”
Vítimas de fraudes financeiras citam mais criptomoedas e Poupança
Na pesquisa quantitativa e qualitativa, chamou atenção da CVM para a questão das criptomoedas, que acabou sendo o produto de investimento mais citado pelas vítimas de fraudes financeiras no Brasil, de acordo com levantamento.
“As vítimas investiam mais, proporcionalmente, em poupança, criptomoedas e start-ups”.
“Na pesquisa quantitativa, vimos que as criptomoedas aparecem como o produto de investimento mais citado pelas vítimas de golpes financeiros, sendo mencionadas por 43,3% dos respondentes. Os demais principais mercados mencionados foram Forex (29,8%), opções binárias (16,9%) e ações (15,2%).
Na fase qualitativa, as criptomoedas também apareceram com grande frequência, com os entrevistados mencionando entusiasmo por sua proposta inovadora, disruptiva e revolucionária, acreditando se tratar de uma boa alternativa para diversificar o portfólio.”
Vale o destaque que as vítimas identificaram cair em golpes após ter contato com indicações de amigos.
Youtubers e familiares também se mostraram perigosos na hora de apresentar um investimento promissor.
A CVM ainda alertou para alguns golpes com Bitcoin aplicados por empresas que, após arrecadar fundos dos clientes, trocavam o saldo dos clientes para um token de menor valor de mercado.
“Alguns entrevistados também mencionam que a empresa responsável pela arbitragem transformou o dinheiro investido em criptomoedas (bitcoins) em uma moeda própria, um produto novo, com um valor relativamente menor que o original.”
Cuidado redobrado: golpes estão se modernizando após alertas seguidos
Apesar de traçar um perfil das vítimas e conhecer um pouco mais sobre os mecanismos dos golpistas, o relatório apontou uma realidade perigosa para o futuro próximo.
A CVM alerta que os esquemas estão se modernizando, com técnicas até de oferecer menos lucros em suas captações, criar sites mais bonitos, para o golpe parecer mais legítimo.
“Os esquemas diminuíram os exageros, estão mais sofisticados e incorporando elementos que passam mais credibilidade, uma vez que a rentabilidade menos exagerada é percebida como factível pelos entrevistados, que dizem ser um valor possível de ser atingido com uma equipe dedicada e que entenda de mercado financeiro.”
Para evitar ser vítima de uma fraude financeira, seja no mercado de criptomoedas ou não, é fundamental que os investidores estudem antes de aplicar qualquer valor. Dessa forma, ao conhecer os detalhes a decisão poderá ser melhor tomada e o risco de golpes minimizado.
Acesse a pesquisa na íntegra por este link.