Um dos grandes desafios do ecossistema varejista é prevenir as fraudes durante as transações, principalmente no ambiente digital. Mesmo assim, tecnologias como a Web3 e blockchain podem ser importantes aliadas na prevenção a fraudes no e-commerce.
De acordo com o Mapa da Fraude da ClearSale, só em 2022, o Brasil registrou cerca de 5,6 milhões de tentativas de golpe, totalizando R$ 5,8 bilhões em ações fraudulentas. Diante deste cenário, o varejo está sempre em busca de alternativas para diminuir esses números e garantir maior segurança para lojistas e clientes durante as operações.
Com consumidores cada vez mais digitalizados e autônomos, a evolução de ameaças têm se tornado preocupante para o segmento, uma vez que nem sempre os avanços da tecnologia conseguem barrar as investidas.
Uma das formas de garantir um gerenciamento eficaz desse tipo de crise está em tornar o cliente um protagonista quando se trata de proteger e compartilhar seus próprios dados, funcionando como mais uma barreira de segurança contra fraudes.
Colocar o consumidor no controle de seus próprios dados é um passo importante, avalia VP da FCamara
De acordo com Orlando Ovigli, VP de Digital Solutions da FCamara, o ecossistema de tecnologia e inovação potencializa o futuro de negócios por meio da transformação digital.
“Podemos dizer que esse molde de autonomia tem como ótimo exemplo o Open Finance, sistema bancário aberto de compartilhamento de dados pessoais relacionados aos serviços financeiros. Esse modelo, em que o consumidor é o protagonista e responsável pelas trocas de dados que permite compartilhar, acabou abrindo margem para outros segmentos, como varejo e e-commerce, para entendermos que é completamente possível e benéfico colocar o cliente nessa posição.”
A ideia é realmente colocar o consumidor como personagem principal nessa guerra contra as fraudes e, para isso, é necessário muni-lo de ferramentas que auxiliem na detecção de golpes e segurança de dados.
“Empresas de tecnologia têm um papel fundamental neste sentido, com intuito de apoiar seus clientes em toda jornada, oferecendo também soluções de segurança, avaliando cada vez mais meios e parceiros que tornem isso tudo realidade“, complementa Orlando.
Utilização da Web3 como proteção contra golpes no e-commerce
A Web3 se baseia na tecnologia blockchain, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA), dando mais segurança aos usuários. Sua utilização depende de criptografia, que garante que os dados obtidos não sejam alterados ou removidos sem o consentimento do portador, além de permitir que os usuários possam escolher quem guarda as informações e como.
Ou seja, o internauta é dono dos próprios dados, permitindo ou não modificações e acessos. A escolha potencializa a jornada do cliente e torna o ambiente mais seguro para todos.
De acordo com Pedro Chiamulera, fundador da Confi, a evolução da internet para a Web3 ajuda muito os consumidores.
“De maneira simplificada, na Web1 os usuários só tinham acesso à leitura de conteúdos e dados. Com a evolução para a Web2, surgiram as redes sociais que possibilitam a interação entre as pessoas e a geração de novas informações. Já na Web3, a tecnologia blockchain permite que usuários tenham maior controle e propriedade sobre seus próprios dados, porque as informações são registradas de forma descentralizada e imutável, garantindo a segurança e a privacidade.”
Além disso, o uso de soluções como a chamada segurança 360º e aplicativos que detectam atividades envolvendo o CPF podem ajudar muito os consumidores a evitarem fraudes. De qualquer forma, fica claro que os novos consumidores digitais estão preocupados com sua segurança e privacidades, e novas tecnologias deverão considerar esta nova realidade.