Embora este não seja o seu papel, agora mais do que nunca o Ethereum está agindo como uma segunda camada para o Bitcoin. Afinal cerca de 2% dos bitcoins em circulação estão na blockchain do Ethereum como forma de token.
Os dados do BtcOnEthereum, uma plataforma de análise de bitcoins tokenizados na rede do Ethereum, mostram haver um total de 335.501 bitcoins em forma de token na blockchain do Ethereum. Seu crescimento ao longo dos últimos anos é mostrado na imagem abaixo.
Indo mais a fundo, o Wrapped Bitcoin (wBTC) constitui a maioria dos tokens de bitcoin no Ethereum. Atualmente existem 273.481 tokens wBTC na rede, representando uma capitalização de mercado de 56 bilhões de reais. Tal montante é tão grande que o wBTC é exibido como a 17ª maior criptomoeda do mercado.
Além do wBTC, o Huobi BTC é o segundo maior com 39.884 tokens HBTC na rede do Ethereum. Este token atrelado ao BTC tem um valor de mercado superior a R$ 8 bilhões.
Já a RenBTC, que afirma atrelar o bitcoin de forma descentralizada, tem uma oferta de 14.756 BTC, no valor de R$ 3 bilhões.
Outros tokens de Bitcoin no Ethereum apresentados no site são o Synthetic Bitcoin (sBTC) com 4.055 tokens, com uma capitalização de mercado é de R$ 337.549.443, o imBTC com uma oferta de 1.214 tokens (R$ 256 milhões) e o Token BTC (tBTC) com 835 tokens atrelados ao Bitcoin na blockchain do Ethereum, equivalentes a R$ 172 milhões.
Por fim, Ptoken BTC (pBTC) contribui com 635 tokens de BTC no Ethereum. Isso tem um valor de mercado de R$ 131.157.557. Bem como 618 tokens oBTC com um valor de mercado de 128 milhões de reais e o vBTC com apenas 23 tokens lastreados em BTC na rede Ethereum, equivalente a quase R$ 5 milhões.
Conforme as taxas de transação na rede Ethereum estão bem mais caras do que na própria rede do Bitcoin, tais tokens, especialmente os maiores como o wBTC, são então usados para acessar o setor de finanças descentralizadas (DeFi) encontrado no Ethereum.
Eles podem ser usados como garantia para obter empréstimos, por exemplo, permitindo que o Bitcoin seja a moeda usada em vez de outra como o próprio Ethereum.
A maioria destes tokens de bitcoins requerem custódia de terceiros, então diminui significativamente a segurança em relação do próprio Bitcoin. No caso, uma entidade cunha wBTC, por exemplo, após o usuário enviar BTC nativos para a mesma.
Entretanto, alguns destes tokens tentam manter a descentralização destas trocas, como o renBTC. Já outros, como o sBTC, não possuem bitcoin real por trás, eles apenas seguem o preço dele, como a stablecoin DAI, usando outras moedas como garantia, incluindo BTC tokenizado.
Toda essa variedade surgiu em apenas cerca de três anos, sendo o wBTC o primeiro deles com seu lançamento em 2019.
Mesmo neste pequeno canto, vimos uma inovação significativa em um tempo muito curto com o Bitcoin e o Ethereum se fundindo, pelo menos até certo ponto. Criando um relacionamento complementar para que um se beneficie de outro, em uma espécie de sinergia. Contudo, vale notar que o Ethereum pode estar ganhando espaço nesta briga, principalmente com a chegada da sua grande atualização.